quarta-feira, 24 de abril de 2024

BICO CALADO


























O que faz o Público omitir a palavra Israel deste e de outros títulos seus?
  • Ataque de Israel em Rafah mata 18 palestinianos, na maioria crianças. Entre as duas famílias eliminadas pelas forças israelitas estão 14 menores. Médicos conseguiram salvar bebé de uma mulher grávida de 30 semanas, assassinada na investida. JN 22abr2024.
  • Manifestações de apoio à Palestina em mais de 100 cidades e vilas espanholas. MEM.
  • Os EUA vão ser mesmo forçados a retirar as suas tropas do Níger, assim como a abandonar as duas bases mili tares no país, depois de os militares no poder no país africano terem revo gado um acordo de assistência militar com Washington. O desfecho não é surpreendente, sobretudo depois de no mês passado um porta-voz da junta militar do Níger ter quali cado a presença dos milita res norte-americanos no país como “ilegal”. Público 22abr2024.
  • "(...) O Estado não pode provocar desigualdades sociais, mas é a isso que leva o desinvestimento na educação, o descontentamento de professores, incom preendidos pelo seu papel na construção do futuro (e a falta de interesse dos universitários em seguir a via de ensino), e o descrédito dos pais, que já não sabem quantos furos no horá rio terão os filhos em aulas essenciais para a sua aprendizagem. (...) Não sejamos é hipócritas, porque a escolha entre a escola pública e os colégios é uma prerrogativa dos mais privile giados. É, por isso, mais uma razão para o Estado investir na qualidade do ensino que está à sua responsabilidade, dar condições de traba lho aos profissionais e dar confiança a todos os pais, independentemente das condições so cioeconómicas, na escola pública. (...)" Bruno Contreiras Mateus, DN 22abr2024.
João Fazenda
  • "Montenegro disse que não ia governar para as aberturas dos telejornais, o que constitui um primeiro falhanço do novo Executivo, uma vez que esta medida abriu todos os telejornais duas vezes: primeiro para ser anunciada, depois para ser desmentida. De qualquer modo, o espírito da declaração de Montenegro está correcto: o Governo não vai adoptar políticas que têm o objectivo de agradar ao eleitorado, vai fingir que está a adoptar medidas que têm o objectivo de agradar ao eleitorado. É bastante mais barato. As medidas populistas efectivas podem ser perigosas, mas as medidas populistas a fingir têm a grande vantagem de não desequilibrar o orçamento." Ricardo Araújo Pereira.
  • "O CDS é um moribundo ligado à máquina do PSD à espera de inumação, um corpo putrefacto a que Nuno Melo inventou o europeísmo cuja ausência o excluiu do PPE e que se agarra ao general Eanes contra quem o CDS votou na figura patibular de Soares Carneiro. Ressuscitou com a transfusão de sangue do PSD e respira anidrido carbónico da mentira até que o PSD lhe desligue a máquina. A invocação de Freitas do Amaral esquece que foi afastado por ser democrata e o regresso de Manuel Monteiro lembra quem saiu do CDS e falhou na criação de um novo partido no espaço onde André Ventura teve êxito.” Carlos Esperança, O conclave do CDS em Viseu.
  • "Rui Moreira, um monárquico do CDS cuja candidatura foi lançada por Rui Rio para a presidência da Câmara do Porto, começou cedo a vida política no MDLP até trair o seu apoiante e se aproximar do PSD para prolongar a vida política. Esquecido o passado e resolvido com a sua absolvição o caso da Quinta do Selminho, tinha as coisas bem encaminhadas para ser o cabeça de lista da AD nas eleições para o Parlamento Europeu. Marques Mendes, alter ego do PR, anunciou-o como cabeça de lista da AD, os media confirmaram e o PR em jeito de mostrar que depois de dissolver a AR manda em tudo, telefonou-lhe a confirmar a boa nova: «a semana ia ser muito importante para ele». Quando Montenegro lhe anunciou que ia atrás do comentador Bugalho, enxofrou-se o edil e recusou com estrondo. Montenegro negou, mas Rui Moreira tem o hábito de ouvir os telefonemas do PM e do PR em voz alta, no automóvel, com testemunhas mais confiáveis do que Montenegro e Marcelo. O governo de Marcelo não cai às mãos das oposições, desfaz-se pela inaptidão de Montenegro." Carlos Esperança, Rui Moreira e o Parlamento Europeu.
  • Durante a pandemia, para agilizar procedimentos - e 'salvar vidas' - foi criado um regime de excepção para as compras urgentes por entidades públicas no sector da Saúde: bastava uma factura e pagava-se sem haver um tecto. Ficou, porém, prometida a publicação de todos os contratos no Portal Base - algo que não é garantido ter acontecido - e a realização de um relatório a publicar no site da empresa pública Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. Mas o relatório acabou por não ser feito, até agora, graças a um 'truque jurídico'. Apesar de a SPMS prometer que o vai fazer, adianta já que só tem conhecimento de um ajuste directo em regime simplificado. P1.

  • “A generosidade com que pessoas e instituições endinheiradas financiam organizações políticas que apostam na crispação, sugere que uma parte dos ricos em Portugal já não tolera as opções de quem governou o país nos últimos anos, por muito moderadas que fossem. Não há aqui nada de novo: quando acham que a democracia lhes retira privilégios — sob a forma de impostos ou de direitos laborais que consideram excessivos —, alguns poderosos financiam o caos, dando poder a quem oferece ordem e “moderação”. Esperam com isso manter os seus benefícios. O problema, como a história mostrou muitas vezes, é que se arriscam a perder o controlo sobre o monstro que criaram.” Ricardo Paes Mamede, Jornal Público
  • “Marcelo foi o primeiro Presidente do Portugal democrático que não precisou de fazer campanha. Foi eleito como uma estrela de televisão, sem ideário, sem programa e, claro, sem espinhas. O que o distinguiu nunca foi uma particular leitura sobre o regular funcionamento das instituições, a posição de Portugal no mundo ou uma visão estratégica sobre as forças armadas. Nem mesmo uma ideia modesta - quanto mais redentora - sobre o exercício da Presidência, depois do longo inverno cavaquista. A única coisa que prometeu, na verdade, foi continuar a entreter a multidão indígena e beijar-nos, beijar-nos muito. E cumpriu. É isso que o desculpa, quando se demite de ser Presidente, assim, com maiúscula. Quando dá raspanetes ao "dr. Nuno"; quando acha que os assuntos de Estado rimam com gelado; e quando nos esfrega o gelado na testa, tal como fez há dias, a propósito da trapalhada em que o MP - e ele próprio - nos meteu. Marcelo já não me interessa. Nunca me interessou, aliás. Em breve sairá de Belém e regressará ao entretenimento, de onde nunca devia ter saído, e de onde, provavelmente, nunca chegou a sair. Interessa-me que aprendamos alguma coisa com isto. E que, da próxima vez que escolhermos um Presidente - ou outro político qualquer - ponderemos sobre se desejamos um maestro ou um bardo.” Paulo Valério.

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