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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

BICO CALADO

  • “Portugal é uma Ilha? Quem ouvir os jornalistas que interrogam os políticos em campanha e o enxame de comentadores que esvoaçam sobre eles como moscas varejeiras só pode concluir que sim. E mais, uma ilha fora do tempo e do espaço, por onde não passam correntes marítimas nem anticiclones. Um território no meio do nada. Ouvindo os assuntos que os jornalistas e respetivos enxames colocam aos políticos descobrimos que Portugal não sofre influências externas (...) Tudo é prometido sem que seja formulada a questão: como? Já agora, como vai ser mantido o turismo no Algarve sem água? E que impacto é que tem a redução do IVA na restauração se não tivermos clientes para se “restaurarem”? (...) O silêncio sobe os fatores determinantes do que está em jogo nas eleições é revelador da manipulação a que estamos sujeitos, levando-nos a discutir o puzzle de arranjos para formar um governo, se A casa com B e rejeita C. Se B não casa com C, mas se junta e conta com a complacência da sogra de A. É disto e sobre isto que se desenrola a campanha de esclarecimento. Histórias de becos e de vão de escada, de vidas comezinhas. (...) Não abordar a questão da dependência de Portugal do estado do Mundo é fazer dos portugueses prisioneiros cegos. A melhor apreciação dos que criam este silêncio é o de ignorantes. A outra é a de manipuladores que utilizam a ignorância do seu público para lhes venderem ilusões.” Carlos Matos Gomes, Portugal é uma Ilha? - Medium.
  • “É muito confrangedor e muito preocupante que na nossa atual campanha eleitoral em Portugal ninguém esteja a falar daquilo que é o mais importante, que é a degradação da ordem internacional à nossa volta”, disse João Gomes Cravinho, em entrevista à Lusa, em Bruxelas. Gomes Cravinho, citado pela Lusa/Público de 21fev2024.
  • “Julian é um prisioneiro político e a sua vida está em risco. O que aconteceu com Navalny pode acontecer com Julian”. Stella Assange, Público 21fev2024.
  • Um veredicto do julgamento do massacre de Maidan na Ucrânia confirmou recentemente que muitos ativistas de Maidan foram baleados não por membros da força policial especial de Berkut da Ucrânia ou por outro pessoal responsável pela aplicação da lei, mas por franco-atiradores no Hotel Ukraina. O veredicto, proferido em 18 de outubro de 2023, afirma especificamente que este hotel era controlado por ativistas do Maidan e que um grupo armado do Maidan, ligado à extrema direita, estava no hotel e disparou a partir dele. Confirma também que não houve envolvimento russo no massacre e que nenhuma ordem de massacre foi emitida pelo então Presidente Viktor Yanukovych ou pelos seus ministros. O veredicto conclui que o Euromaidan não era, na altura deste massacre, um protesto pacífico, mas uma “rebelião” que envolveu o assassinato de Berkut e de outro pessoal da polícia. Este é um reconhecimento oficial importante, não só porque a violência representou o caso mais significativo de assassinatos em massa, crimes violentos e violações dos direitos humanos na Ucrânia independente até então, mas também devido aos conflitos subsequentes para os quais conduziu ou contribuiu. O massacre precipitou o derrube violento de Yanukovych e do seu governo, que foram falsamente acusados ​​de o levar a cabo. Em seguida, evoluiu para a anexação russa da Crimeia, a subsequente guerra civil e as intervenções russas no Donbass, e os conflitos entre a Ucrânia e a Rússia, e entre a Rússia e as potências ocidentais, que a Rússia intensificou dramaticamente com a sua invasão ilegal da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. Ivan Katchanovski, Canadian Dimension.
  • O HonestReporting Canada procura controlar a narrativa sobre Israel nos media canadianos com a ajuda dos ricos e poderosos. Davide Mastracci, The Maple.

  • Quatro dias separam o início da invasão russa da Ucrânia da detenção do jornalista Pablo González pelas autoridades polacas. Há dois anos que a Polónia o tem detido numa prisão de segurança máxima argumentando tratar-se de um espião russo, mas não apresentou até agora qualquer prova nem o acusou formalmente. Ricardo Cabral Fernandes, setenta e quatro.

  • “(...) o Dr. Nuno Almeida, só se pode queixar de si próprio e da sua incompetente inércia perante a freguesia que o elegeu, que acreditou que ele cuidaria das suas necessidades e dos seus fregueses. (...)” Nuno Gustavo Pimenta, PSD Anta e Guetim – Maré Viva 21fev2024. Haverá alguma inércia competente, quiçá abstenção violenta?

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