O custo do
ciclo de vida do plástico é até dez vezes mais elevado nos países pobres do que
nos países ricos, em grande parte porque a falta de infraestruturas de gestão
de resíduos significa que o plástico acaba como poluição, conclui investigação
do WWF.
O custo total de vida de um quilograma de plástico é de cerca de 19 dólares nos países ricos incluindo o fornecimento, o fabrico e a eliminação dos plásticos e os custos externalizados para o ambiente e para a saúde humana ao longo do processo. No entanto, num país de rendimento médio ou baixo, este custo dispara oito vezes, para 150 dólares. Nos países com as piores infra-estruturas de gestão de resíduos, estes custos podem chegar aos 200 dólares por quilo.
O relatório
descreve como os governos de países em vias de desenvolvimento e em mercados
emergentes tendem a carecer de recursos técnicos e financeiros para dimensionar
rapidamente a infra-estrutura de gestão de resíduos em linha com o aumento do
consumo. É provável que estes decisores políticos tenham também uma influência
mínima sobre os produtos plásticos produzidos e é pouco provável que sintam que
têm o poder de responsabilizar as empresas e outros países quando ocorre
poluição.
Também são discutidos no relatório os compromissos percebidos entre o crescimento económico e a poluição plástica. Por exemplo, as saquetas descartáveis são populares para produtos de limpeza e cuidados pessoais em países de médio e baixo rendimento, pois dão às pessoas acesso a pequenas quantidades de produtos de baixo custo. Além disso, alguns países de médio e baixo rendimento encaram a importação de resíduos plásticos como um impulso económico, mesmo que não tenham capacidade para os gerir adequadamente. Outros estão a conceber proibições definitivas às importações, incluindo o Vietname.
“O nosso sistema
de pegar, fabricar e desperdiçar plásticos é projetado de uma forma que impacta
injustamente os países mais vulneráveis e desfavorecidos do nosso planeta”,
diz Alice Ruhweza, do WWF. “Em vez de resolver a crise mundial de poluição por
plásticos da forma mais eficiente, o sistema transfere a maior parte dos custos
para aqueles que estão menos equipados para os gerir, sem que, em primeiro
lugar, seja colocada qualquer responsabilidade sobre aqueles que produzem e
utilizam os produtos”, afirma.
A ONU estima
que até 90% dos resíduos gerados anualmente na África Subsariana são eliminados
em aterros não controlados, lixeiras e locais de incineração.
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