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sábado, 25 de novembro de 2023

Bico calado

  • O número de mortos em Gaza aproxima-se dos 9.000. Não se trata apenas de genocídio. Israel e EUA planeiam transformar Gaza no "Canal Ben Gurion", um rival do Canal do Suez do Egito. Trata-se de controlar a rota de navegação mais geoestratégica do mundo.
  • Câmara Municipal de Barcelona suspende laços com Israel por causa do massacre em Gaza. “Não é uma guerra, é um genocídio”, disse a vereadora Ada Colau. “Não precisamos apenas denunciá-lo, devemos agir e não ficar à margem”. Brett Wilkins, Common Dreams.

  • Mas o que era substancialmente diferente na retórica anti-chinesa era o facto de explicitamente agrupar todos os imigrantes europeus como americanos de pleno direito. Os imigrantes do outro lado do Atlântico já não eram a "escória da Europa" enviada pelo papa para controlar os Estados Unidos, como os Know Nothings tinham afirmado uma geração antes. Como argumentavam os legisladores da Califórnia e os porta-vozes anti-chineses - muitos dos quais eram irlandeses ou irlandeses-americanos -, os chineses eram uma ameaça ao "nosso próprio povo", que eles definiam como os "colonos originais da Califórnia, juntamente com os seus filhos" e os "imigrantes recentes do Leste e da Europa". Ao utilizarem esta definição, os políticos anti-chineses ignoravam convenientemente os afro-americanos, os mexicanos e as centenas de nações indígenas que já estavam presentes na Califórnia antes da colonização branca, tal como os Know Nothings tinham feito na Costa Leste décadas antes. Mas também incluíam sem ambiguidade todos os imigrantes europeus como "o nosso próprio povo". Em certa medida, estes sentimentos traduziam a dinâmica racial do Oeste, onde as reivindicações e os privilégios da branquitude eram fundamentais para manter o Oeste como "a fronteira do homem branco". Os movimentos anti-chineses e, mais tarde, anti-japoneses, distinguiam sistematicamente entre a necessidade de acolher todos os imigrantes europeus e de fechar as portas a todos os asiáticos. Erika Lee, America for Americans – a history of xenophobia in the United States. Basic Books/Hachette 2021, p 78.

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