domingo, 3 de setembro de 2023

Reflexão - "A quase inútil compensação de carbono contra o desmatamento"

Já sabíamos que os mecanismos de compensação de carbono destinados a aliviar a consciência ecológica dos viajantes aéreos eram muito ineficazes. Um estudo recente esclarece a questão e generaliza as críticas aos créditos de carbono. Este sistema permite contabilizar em forma de créditos o carbono sequestrado ou cuja emissão é evitada, para depois vendê-lo e permitir que as empresas poluidoras “compensem” as suas próprias emissões.

Estudando 18 destes projetos em 5 países com florestas tropicais (Peru, Colômbia, Camboja, Tanzânia e República Democrática do Congo), os investigadores calcularam que dos 89 milhões de créditos de carbono que estes projetos REDD+ poderiam gerar, apenas 5,4 milhões estariam associados a reduções de emissões de carbono, na verdade, devido às ações de preservação florestal realizadas por esses projetos. Por outras palavras: apenas 6,1% das compensações de carbono reivindicadas através destes projetos REDD+ seriam realmente reivindicadas. Os cientistas apontam em particular para a tendência de sobrestimar os riscos de desflorestação em determinadas regiões, para depois vender mais créditos de carbono.

Este novo estudo confirma resultados anteriores, também divulgados por uma investigação jornalística do The Guardiando Die Zeit, em colaboração com a ONG SourceMaterial, que concluiu que 94% destes créditos REDD+ não tinham interesse para o clima.

Reporterre.

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