domingo, 3 de setembro de 2023

Bico calado

  • “Eu, o Presidente e ministro dos Estrangeiros vimos um pequeno cão vestido de bailarina em cima dos restos de um tanque russo. O pobre cão tremia de medo e isso era a única coisa confrangedora da cena, imediatamente fotografada por tudo o que era jornalista que estava perto. Compreende-se bem, a foto era engraçada e toda a gente que estava perto, nós e muitos ucranianos, sorriam da cena insólita. (...) O cãozinho podia estar a tremer ao ver tanta gente à sua volta, mas saberia certamente distinguir entre os seus amigos e os seus inimigos. Se estivessem russos à sua frente, ele olharia para as bandeiras dos mortos, segurar-se-ia nas lagartas do tanque destruído e atirar-se-ia para morder o invasor. O cão é ucraniano, é um patriota.” José Pacheco Pereira, Público 2set2023.
  • Sir Keir Starmer gastou £500.000 de dinheiro trabalhista numa vingança política contra aqueles que divulgaram um relatório revelando como o pessoal da sede sabotou a campanha eleitoral de Corbyn. Starmer gastou mais de £ 210.000 sozinho numa tentativa fracassada de aceder aos e-mails privados do chefe de gabinete de Corbyn. Fonte.
  • A BAE está a aproveitar novas oportunidades para lucrar com a guerra na Ucrânia, tendo os lucros aumentado 75% desde a invasão da Rússia. Agora a BAE espera abrir uma fábrica na Ucrânia. Kyiv espera que isso aumente o emprego local. BBC
  • Os EUA compraram 416 toneladas de urânio da Rússia no primeiro semestre de 2023, o que é 2,2 vezes mais do que no mesmo período do ano passado e a maior quantidade desde 2005, segundo dados do sistema estatístico federal dos EUA. Fonte.
  • Os EUA deverão tornar-se o segundo país, depois do Reino Unido, a dar luz verde ao envio de bombas de urânio empobrecido para a Ucrânia, segundo a Reutersapesar das preocupações de que tais munições possam ter um efeito negativo dramático na saúde pública e no ambiente.

  • "A repetição é essência da propaganda. As frequências de certas suposições misturam-se numa espécie de ruído branco, com poucas hipóteses de sons contrários serem ouvidos ou considerados. (...) Consideremos a expressão ‘despesas com a defesa’. Já a ouvimos inúmeras vezes. Parece natural. (...) Quantas vezes ouvimos alguém na televisão, ou lemos um artigo num grande órgão de comunicação social, dizer qualquer coisa como ‘Espera aí. Porque é que nos estamos a referir ao orçamento do Pentágono como despesas de "defesa"?’ (…) Ou, quantas vezes já ouviu um pivot de uma estação de televisão referir que o governo dos EUA tem atualmente 750 bases militares a operar em países e territórios estrangeiros, em comparação com não mais de três dúzias para a Rússia e cinco para a China? (...) Quando uma gama limitada de informações e visões do mundo é repetida incessantemente, é isso que domina as câmaras de eco dos media. Entretanto, o poder das omissões - o que quase nunca é mencionado - é enorme. Os silêncios prolongados podem ser extremamente influentes. (...) O Pentágono anunciou que tinha ‘incorporado’ 750 jornalistas de forma hospitaleira, que produziram mensagens mediáticas que levavam continuamente o público americano a identificar-se com os bombardeiros e não com as pessoas que estavam a ser bombardeadas. Em termos de percepção, os jornalistas tornaram-se parte do aparelho invasor. (...) As autoridades querem fazer-nos crer que o Departamento de Defesa se preocupa com as vidas dos civis. No entanto, durante este século, o Pentágono matou muito mais civis do que a Al Qaeda e outros grupos terroristas. (...)" Norman Solomon, War Made Invisible: How America Hides the Human Toll of Its Military Machine (excerpt). Trad: OLima.

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