sábado, 8 de julho de 2023

Bico calado

  • MELONI ARRASA MACRON: "Irresponsáveis, Emmanuel Macron, são aqueles que bombardearam a Líbia porque lhes incomodava o facto de que a Itália tivesse uma relação privilegiada no terreno, que obtivesse importantes concessões energéticas com Gaddafi, expondo-nos ao caos migratório em que nos encontramos. Os cínicos, Emmanuel Macron, são os franceses que enviam a polícia para recambiar qualquer imigrante que tente atravessar a fronteira em Ventimiglia (...) Repugnante é a França continuar a explorar África imprimindo moeda para 14 nações africanas cobrando-lhes taxas de cunhagem e obrigar as crianças a trabalhar nas minas extraindo matérias-primas, como  acontece no Níger, onde a França extrai 30% do urânio de que precisa para operar as suas centrais nucleares enquanto 90% dos nigerianos vivem sem eletricidade. Não nos venha dar lições de moral, Macron. Os africanos estão abandonando África por causa de vocês. A solução não é transferir africanos para a Europa, mas libertar África de certos europeus. Não aceitamos lições, certo?”
  • O Polígrafo da SIC só sobrevive à custa da parceria com o Facebook, que já lhe entregou mais de 1,3 milhões de euros nos últimos três anos. Página Um.
  • ERC detecta quatro grandes empresas de media com 15 contratos públicos forjados. O jornalismo costumava ser o watchdog da gestão pública, mas afinal, nos últimos anos, práticas ilegais e eticamente reprováveis foram cometidas pelas próprias empresas de media. A fiscalização da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) – que até foi branda e deixou escapar demasiados responsáveis editoriais – não apenas detectou “jornalistas comerciais”. Também se apanhou 15 contratos públicos forjados, sobretudo com autarquias, entre as quais a de Lisboa, então presidida por Fernando Medina, e a de Viana do Castelo, então liderada pelo actual secretário de Estado do Mar. Mas a ERC também considera que padecem de nulidades um contrato do Ministério da Economia e até um assinado por uma associação empresarial que tem Marcelo Rebelo de Sousa como presidente honorário. Impresa, Global Media, Cofina e Trust in News deverão ser agora “condenadas” a devolver os montantes pagos em contratos forjados, e os gestores públicos multados. Página Um.

  • O Presidente dos EUA, Joe Biden, nomeou Elliott Abrams como conselheiro para a "diplomacia pública". Abrams trabalhou anteriormente para Donald Trump, George W. Bush e Ronald Reagan, e supervisionou o genocídio na Guatemala, os massacres na Nicarágua e em El Salvador e as tentativas de golpe de Estado na Venezuela.

  • "Enquanto a classe abastada australiana é atualmente mais rica do que os ricos da maioria das nações industriais avançadas, os pobres estão em pior situação. O crescimento fenomenal da pobreza é um dos segredos contemporâneos da Austrália. De facto, a pobreza australiana moderna caracteriza-se pela sua ocultação. A própria palavra carrega um estigma que não é conhecido noutros países; e as pessoas pobres fazem de tudo para esconder a privação das suas vidas e outras para negar que a pobreza existe de todo. Em vez de se desmontar o mito de uma sociedade igualitária e de classe única, com "oportunidades justas para todos", os políticos e alguns comentadores encorajam as pessoas a considerar o número crescente de pobres já não como "lutadores", mas sim como "preguiçosos", "esbanjadores", ou mesmo "mulheres vadias". É claro que, quando se trata de crianças, este argumento é difícil de manter. "O historial da Austrália no que diz respeito ao tratamento das suas crianças", escreveu a jornalista Adele Horin, "é, de facto, chocante". Um em cada cinco australianos nascidos durante o Ano do Bicentenário enfrenta a perspetiva de pobreza a longo prazo. A proporção de crianças australianas que vivem na pobreza é superior à das crianças da Grã-Bretanha, Alemanha, Canadá, Suécia, Noruega e Suíça. A taxa de pobreza infantil da Austrália é de 165 por cento. Só os Estados Unidos têm uma taxa marginalmente pior. Além disso, a prestação de apoio aos pobres é menor do que em qualquer outra sociedade avançada. (...) Só em Sydney há cerca de 200 000 crianças a viver na pobreza. A Comissão dos Direitos Humanos concluiu que há entre 20.000 e 25.000 crianças australianas sem abrigo. 'Não só os seus direitos humanos não estão a ser respeitados', diz o relatório da Comissão, 'como, em alguns casos, estas crianças estão mesmo a morrer'". John Pilger, A secret country (1989) – Vintage 1992, pp 334-335.

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