Em plena praia do Pego, Carvalhal-Grândola, iniciaram-se escavações na zona entre-marés que, à vista desarmada, parecem colocar em causa as regras ambientais. A intervenção terá sido autorizada pela Agência Portuguesa do Ambiente. A associação ambientalista Dunas Livres, diz que a operação se destina a nivelar o areal para aí ser aplicado um deck de apoio a um restaurante de luxo do clube privado JNcQUOI Comporta, da Amorim Luxury. A Amorim Luxury contesta esta versão. Segundo a empresa, as intervenções foram autorizadas pela APA e destinam-se a requalificar os passadiços de acesso à praia do Pego, com o objetivo de melhorar a segurança e a proteção ambiental desta importante zona costeira. A Dunas Livres questiona se um deck exige a escavação de toneladas de areia da praia à frente da linha de maré cheia. Celso Filipe, JNegócios.
“Os promotores imobiliários do luxo greenwashed são uns criativos. Primeiro, na forma como insistem em vender os seus projectos como sustentáveis, numa região que só precisava que eles não existissem. Segundo, na manipulação territorial como se vê, por exemplo, entre os grupos Amorim Luxury - club privado de Comporta Villas [insistem em chamar Comporta a tudo, mesmo que seja no Carvalhal] JNcQUOI - e o grupo da Vanguard Properties - com os maiores empreendimentos, desde o Dunes (cujo campo de golf se vê na imagem emaranhado com o JNcQUOI), o Torre (gigante com mais um campo de golf) e o Muda Reserve. Fica no ar se o 'Beach Club' do JNcQUOI será um simples "apoio de praia" como é defendido pelo grupo Amorim Luxury e pela Câmara Municipal de Grândola ou será mesmo um restaurante com acesso apenas a sócios do club privado como o site do promotor faz crer. Nada que não esteja já a acontecer - veja-se o "apoio de praia" do Costa Terra onde ninguém de fora do "club" pode entrar, apesar de estar construído na praia pública!” Dunas Livres.
A esmagadora maioria dos media portugueses parece desconhecer este problema. Atitude diferente teve a TVE que, no seu Telediario das 15h de 8 de maio, realizou uma reportagem conduzida por, Belén Lorente.
1 comentário:
"(...) O presidente da Junta de Freguesia do Carvalhal, Nuno Carvalho, pedreiro de profissão, tem uma empresa de construção civil e uma imobiliária - com escritórios mesmo em frente à sede da Junta e ao lado da loja de Paula Amorim. O presidente da Junta é conhecido por descobrir a preço da chuva casebres que depois vende a valores milionários. Há quem veja nisto um conflito de interesses. "A coisa mais vergonhosa é o licenciamento de construções com o argumento de que existe no terreno uma ruína com 'x' metros quadrados. Tudo martelado", disse ao T&Q um especialista de ordenamento e planeamento do território. Os empreendimentos multimilionários descobriram na "terra da Fraternidade" uma "cidade aberta" onde canalizam os milhões que fascinam os autarcas locais." Tal&Qual, citado pela Dunas Livres https://www.facebook.com/dunaslivres/posts/pfbid026fsZV6tQhUk64xyZkCbFRpQD1ZRwoKA4h45z8AmUWUWLtvLmc1ynq8WeH2mUPfb6l
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