Bico calado
- RICARDO PAES
MAMEDE: “O PS ESTÁ A NEUTRALIZAR AS OPOSIÇÕES DE DIREITA” AO SEGUIR AS SUAS
POLÍTICAS. Foi em 2022 que se registou a maior transferência de rendimentos do
trabalho para o capital do milénio, superando até o período da troika. Os
salários não sobem, o custo de vida aumenta e a pobreza atinge cada vez mais
pessoas. Entretanto, o Governo faz austeridade para pagar, a “um ritmo quase
fetichista”, a dívida pública, diz o economista. João Biscaia, Setenta e Quatro.
- Manifestantes forçaram a entrada no edifício que alberga a sucursal da BlackRock em Paris,
levando o seu protesto contra as reformas das pensões do governo ao maior
gestor de ativos mundial. “Fomos à sede da BlackRock para lhes dizer: o
dinheiro dos trabalhadores, para as nossas pensões, eles estão a levá-lo», afirmou
Jerome Schmitt, porta-voz do sindicato francês SUD, à filial da CNN BFM-TV.
Fonte.
- Em novembro de
2019, o então líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn revelou documentos que
mostravam que o SNS estava em cima da mesa nas conversações comerciais com os
EUA. Pouco tempo depois, os associados do DFRLab (Axios, Gizmodo, Fortune,
Adweek, The Hill, Engaget, e CNet)
começaram a sugerir que a fuga se assemelhava a uma operação de desinformação
russa. A Sky News
dizia que "peritos do Atlantic Council... sugeriram que a forma como os
documentos foram partilhados é semelhante a uma campanha de desinformação
russa". O Telegraph observava que "o Atlantic Council" ajudou a
"desvendar provas que mostravam que a forma como os documentos entraram no
domínio público espelhava uma campanha de desinformação" de origem russa. O Metro
relatava que "o Atlantic Council descobriu que os documentos foram divulgados
online de forma semelhante" a uma operação de informação russa. O Daily
Express acrescentava que o " Atlantic Council" trabalhou "para
descobrir provas de que os documentos que chegaram ao domínio público
espelhavam uma campanha de desinformação [russa]". Fantástico: nem
a Sky News, nem o Telegraph, nem o Metro, nem o Express referiram o detalhe
crucial de que o Atlantic Council recebe milhões de dólares do Ministério dos
Negócios Estrangeiros do Reino Unido e dos Departamentos de Estado e Defesa dos
EUA. Como resultado, nenhuma destas publicações tocou nos óbvios conflitos de
interesse que ensombram esta estória. JOHN MCEVOY e MARK CURTIS, Declassified.
- Os media
britânicos citam rotineiramente grupos privados que combatem a desinformação
russa e outras, sem dizer que são financiados pelo governo britânico e
dirigidos por pessoas ligadas ao sistema da política externa do Reino Unido ou
dos EUA. O governo britânico recusa-se a dizer ao parlamento quais os grupos de
"contra-desinformação" que apoia e com quanto dinheiro. O governo
britânico investiu mais de 25 milhões de libras em organizações privadas de
"contra-desinformação" desde janeiro de 2018 e quatro destas são
dirigidas por pessoas ligadas ao sistema da política externa britânica ou
americana. No entanto, enquanto publicam informação proveniente destes grupos,
grande parte da mesma sobre a guerra da Ucrânia, os media não revelam os laços
destas organizações com o governo do Reino Unido. Em vez disso, a informação é
apresentada como proveniente de fontes "independentes" ou "não
governamentais", obscurecendo assim o rasto financeiro que conduz ao
governo. O público britânico está a ser mal informado sobre o papel do governo
britânico na cobertura de acontecimentos globais como a guerra na Ucrânia, bem
como dos conflitos de interesse que emergem da promiscuidade entre o Estado, as
ONG e os media. JOHN MCEVOY e MARK CURTIS, Declassified.
- A polícia israelita invadiu a Mesquita de Al Aqsa pelo
segundo dia consecutivo, disparando gás lacrimogéneo e granadas atordoantes
contra os fieis palestinianos no seu interior. Fonte.
- O ataque à
mesquita Al-Aqsa: Como a cobertura da BBC está a permitir a violência
israelita. Mais uma vez, a emissora estatal britânica está a usar uma falsa
"neutralidade" para enganar a sua audiência e colocar-se do lado da
opressão estatal israelita. Jonathan Cook, MEE.
- Emmanuel
Macron, António Costa e Carlos Moedas são três casos de surdez: recusam-se a
ouvir o povo. Até quando? Filipe Vargas
escreve sobre a importância de se ouvir os outros, no Setenta e Quatro.
- Mamadou Ba começa a ser julgado a 26 de abril. É acusado
pelo neonazi Mário Machado de o caluniar e difamar por supostamente o ter
acusado no Facebook de ser um dos assassinos de Alcindo Monteiro, em 1995. Este
processo judicial é uma nova forma de atuação da extrema-direita, uma vez que
percebeu poder “mobilizar e instrumentalizar a Justiça para calar a oposição ao
racismo”, denuncia o ativista antirracista em entrevista ao Setenta e Quatro. “A partir de uma instrumentalização da Justiça, as
franjas mais violentas da extrema-direita procuram organizar-se e articular
discursos e hegemonizar a sua prática narrativa.”
- O jornalismo é
como o jazz de José Duarte? Pedro Tadeu, DN 2023-04-04.
- Jornalismo de Prefeitura: quando os media legitimam a
repressão. Pauline Perrenot, Acrimed.
- O Pentágono
tenta considerar a retirada de dinheiro dos bancos uma ameaça à segurança
nacional. Ken Klippenstein e Daniel Boguslaw-
The Intercept. Precisamente o contrário da crença norte-americana de que o uso e porte de armas por parte dos cidadãos é
uma garantia não só da sua segurança pessoal mas também da segurança do seu
país.
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