sexta-feira, 7 de abril de 2023

Bico calado

  • RICARDO PAES MAMEDE: “O PS ESTÁ A NEUTRALIZAR AS OPOSIÇÕES DE DIREITA” AO SEGUIR AS SUAS POLÍTICAS. Foi em 2022 que se registou a maior transferência de rendimentos do trabalho para o capital do milénio, superando até o período da troika. Os salários não sobem, o custo de vida aumenta e a pobreza atinge cada vez mais pessoas. Entretanto, o Governo faz austeridade para pagar, a “um ritmo quase fetichista”, a dívida pública, diz o economista. João Biscaia, Setenta e Quatro.
  • Manifestantes forçaram a entrada no edifício que alberga a sucursal da BlackRock em Paris, levando o seu protesto contra as reformas das pensões do governo ao maior gestor de ativos mundial. “Fomos à sede da BlackRock para lhes dizer: o dinheiro dos trabalhadores, para as nossas pensões, eles estão a levá-lo», afirmou Jerome Schmitt, porta-voz do sindicato francês SUD, à filial da CNN BFM-TV. Fonte.
  • Em novembro de 2019, o então líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn revelou documentos que mostravam que o SNS estava em cima da mesa nas conversações comerciais com os EUA. Pouco tempo depois, os associados do DFRLab (Axios, Gizmodo, Fortune, Adweek, The Hill, Engaget, e  CNet) começaram a sugerir que a fuga se assemelhava a uma operação de desinformação russa. A Sky News dizia que "peritos do Atlantic Council... sugeriram que a forma como os documentos foram partilhados é semelhante a uma campanha de desinformação russa". O Telegraph observava que "o Atlantic Council" ajudou a "desvendar provas que mostravam que a forma como os documentos entraram no domínio público espelhava uma campanha de desinformação" de origem russa. O Metro relatava que "o Atlantic Council descobriu que os documentos foram divulgados online de forma semelhante" a uma operação de informação russa. O Daily Express acrescentava que o " Atlantic Council" trabalhou "para descobrir provas de que os documentos que chegaram ao domínio público espelhavam uma campanha de desinformação [russa]". Fantástico: nem a Sky News, nem o Telegraph, nem o Metro, nem o Express referiram o detalhe crucial de que o Atlantic Council recebe milhões de dólares do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido e dos Departamentos de Estado e Defesa dos EUA. Como resultado, nenhuma destas publicações tocou nos óbvios conflitos de interesse que ensombram esta estória. JOHN MCEVOY e MARK CURTIS, Declassified.
  • Os media britânicos citam rotineiramente grupos privados que combatem a desinformação russa e outras, sem dizer que são financiados pelo governo britânico e dirigidos por pessoas ligadas ao sistema da política externa do Reino Unido ou dos EUA. O governo britânico recusa-se a dizer ao parlamento quais os grupos de "contra-desinformação" que apoia e com quanto dinheiro. O governo britânico investiu mais de 25 milhões de libras em organizações privadas de "contra-desinformação" desde janeiro de 2018 e quatro destas são dirigidas por pessoas ligadas ao sistema da política externa britânica ou americana. No entanto, enquanto publicam informação proveniente destes grupos, grande parte da mesma sobre a guerra da Ucrânia, os media não revelam os laços destas organizações com o governo do Reino Unido. Em vez disso, a informação é apresentada como proveniente de fontes "independentes" ou "não governamentais", obscurecendo assim o rasto financeiro que conduz ao governo. O público britânico está a ser mal informado sobre o papel do governo britânico na cobertura de acontecimentos globais como a guerra na Ucrânia, bem como dos conflitos de interesse que emergem da promiscuidade entre o Estado, as ONG e os media. JOHN MCEVOY e MARK CURTIS, Declassified.
  • A polícia israelita invadiu a Mesquita de Al Aqsa pelo segundo dia consecutivo, disparando gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra os fieis palestinianos no seu interior. Fonte.
  • O ataque à mesquita Al-Aqsa: Como a cobertura da BBC está a permitir a violência israelita. Mais uma vez, a emissora estatal britânica está a usar uma falsa "neutralidade" para enganar a sua audiência e colocar-se do lado da opressão estatal israelita. Jonathan Cook, MEE.
  • Emmanuel Macron, António Costa e Carlos Moedas são três casos de surdez: recusam-se a ouvir o povo. Até quando? Filipe Vargas escreve sobre a importância de se ouvir os outros, no Setenta e Quatro.
  • Mamadou Ba começa a ser julgado a 26 de abril. É acusado pelo neonazi Mário Machado de o caluniar e difamar por supostamente o ter acusado no Facebook de ser um dos assassinos de Alcindo Monteiro, em 1995. Este processo judicial é uma nova forma de atuação da extrema-direita, uma vez que percebeu poder “mobilizar e instrumentalizar a Justiça para calar a oposição ao racismo”, denuncia o ativista antirracista em entrevista ao Setenta e Quatro. “A partir de uma instrumentalização da Justiça, as franjas mais violentas da extrema-direita procuram organizar-se e articular discursos e hegemonizar a sua prática narrativa.”
  • O jornalismo é como o jazz de José Duarte? Pedro Tadeu, DN 2023-04-04.
  • Jornalismo de Prefeitura: quando os media legitimam a repressão. Pauline Perrenot, Acrimed.
  • O Pentágono tenta considerar a retirada de dinheiro dos bancos uma ameaça à segurança nacionalKen Klippenstein e Daniel Boguslaw- The Intercept. Precisamente o contrário da crença norte-americana de que o uso e porte de armas por parte dos cidadãos é uma garantia não só da sua segurança pessoal mas também da segurança do seu país.

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