terça-feira, 11 de abril de 2023

Bico calado

  • Um grupo de proprietários está a impedir, judicialmente, a construção de um novo complexo de residências com cerca de 200 camas para estudantes na cidade de Aveiro. “Foi alvo de egoísmo de seis cidadãos que vivem em belíssimas moradias” próximas, lamenta Ribau Esteves. “Seis cidadãos da nossa cidade não querem estudantes a viver por perto, como se fossem bombistas, que partem com tudo. Estas unidades residenciais não causam problemas, não há exemplo disso. Funciona como uma unidade hoteleira, se alguém se porta mal vai para a rua”, diz. NA.

  • Há 150 bombas nucleares americanas armazenadas em bases aéreas da Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda e Turquia. Isso não significa irresponsabilidade e uma ameaça à segurança europeia? Via Filomena Rocha.
  • As Filipinas anunciaram a disponibilização de quatro bases adicionais a que as forças militares dos EUA poderiam aceder na nação do sudeste asiático. As forças norte-americanas já tinham acesso a cinco bases militares ao abrigo de um acordo de cooperação de defesa de 2014. DW.
  • O número de crianças e adolescentes mortos a tiro nos EUA aumentou 50% entre 2019 e 2021, segundo o Pew Research Center, com base nas últimas estatísticas anuais de mortalidade do Centers for Disease Control and Prevention. 

  • «Eddie Murray tinha vinte e um anos quando foi preso pela última vez. Eddie vivia em Wee Waa, Nova Gales do Sul, onde a sua família era bem respeitada na comunidade negra. O seu pai, Arthur, era membro do Aboriginal Advancement Council, e em 1981 Eddie foi selecionado para fazer uma digressão pela Nova Zelândia como jogador estrela da equipa de Rugby dos Redfem All Blacks. Ele era, disse Arthur, "um rapaz espirituoso e feliz, com tudo pelo qual viver". O 'espírito' de Eddie garantiu que ele via muita polícia. A imponente esquadra de polícia de Wee Waa, conhecida pelos habitantes locais como a 'Opera House', foi construída no início dos anos 70, quando um grande número de aborígenes migrou para Wee Waa em busca de trabalho nos campos de algodão. ‘Havia então um recolher obrigatório de nove horas para os negros', recordou um deles, 'e os brancos costumavam vender aos negros metho [bebidas espirituosas metiladas] com gelo na loja de bebidas'. Em 21 de junho de 1981 Eddie Muray estava a beber debaixo de uma árvore com o seu primo Donny e alguns amigos. (Havia cavilhas de aço embutidas na árvore, que os aborígenes usavam para subirem e espreitarem para ver se a polícia estava a chegar). Eddie foi preso às 13h45 e levado para a esquadra da polícia de Wee Waa. Foi detido ao abrigo da Lei das Pessoas Intoxicadas, uma lei usada esmagadoramente contra os Aborígenes. Numa hora estava morto, estrangulado com um cobertor na sua cela, com os pés no chão. No inquérito, cinco meses mais tarde, a polícia alegou que Eddie se tinha suicidado por enforcamento, apesar de o seu nível de álcool no sangue na altura da morte ser de 0,3 por cento. Sob interrogatório, a polícia admitiu que Eddie estava ‘tão bêbado que não conseguia coçar-se’. No entanto, segundo eles, Eddie tinha conseguido arrancar uma tira de um grosso cobertor de prisão, dobrá-lo habilmente, enfiá-lo através das barras da janela de ventilação, atar dois nós, fazer um nó de forca e enforcar-se sem que os seus pés saíssem do chão.» John Pilger, A secret country – Vintage 1989, pp 55-57.

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