quarta-feira, 15 de março de 2023

Bico calado

  • 13 militares do “NRP Mondego” recusaram ocupar os respetivos postos na preparação da largada para execução de uma missão, na noite do dia 11 de Março, de acompanhamento de um navio russo ao largo do Porto Santo, alegando várias limitações técnicas designadamente o facto de um motor e um gerador de energia eléctrica estarem inoperacionais e não haver um sistema de esgoto adequado para armazenar os resíduos oleosos a bordo, ficando estes acumulados nos porões, aumentando significativamente o risco de incêndio. O comandante do navio reportou à cadeia hierárquica que, apesar das limitações mencionadas, tinha condições de segurança para executar a missão. Os militares em causa, não cumpriram com os seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respectivos. Funchal Notícias. Com tantas avarias há muito tempo acumuladas, porquê só agora as reportam? Se o navio fosse ucraniano a atitude dos 13 teria sido a mesma? Se, como se queixaram nas televisões, o material militar português deixa muito a desejar em termos de operacionalidade por estar velho e carecer de manutenção, porque se enviou blindados para a Ucrânia?
  • O jornalista Yves Engler perguntou à ministra canadiana dos Desportos Pascale St-Onge, que defende a ausência de atletas russos e bielorussos de competições internacionais, se defendia o mesmo em relação aos atletas norte-americanos quando os EUA invadiram o Iraque, ou em relação aos atletas canadianos quando o Canadá bombardeou a Líbia. Ela voltou-lhe as costas e fugiu para o elevador.
  • O Primeiro-Ministro australiano Anthony Albanese acaba de comprometer a Austrália a gastar 368 mil milhões de dólares em três a cinco submarinos em segunda mão da classe Virginia dos EUA, e na continuação da construção de oito submarinos nucleares britânicos AUKUS de nova geração. É um erro estratégico, escreve o antigo marinheiro de submarino Rex Patrick: «Este investimento não se traduzirá em benefícios para a economia australiana, porque não há planos para o país uma indústria nuclear civil. Mesmo que a Austrália fosse por aí, os EUA não concederiam a libertação ou a aprovação da transferência de tecnologia nuclear. A pensar no seu futuro submarino, a Austrália já passou por um "Filho de Collins" australiano com Rudd, por um submarino japonês com Abbot, por um submarino francês com Turnbull, por um submarino americano e britânico com Morrison e Albanese. A realidade é que à medida que os governos mudam, e isso inclui os EUA e o Reino Unido, o programa vai mudar novamente. E isto para não mencionar mudanças significativas que poderão ter lugar nas nossas circunstâncias geoestratégicas.»
  • "Já não confiamos nos parceiros do Ocidente nem permitiremos que explodam mais oleodutos. A Alemanha foi física e moralmente humilhada. O que está agora a acontecer é reduzir a Europa a um ator subordinado dos EUA e arruinar o elo económico entre a Rússia e a UE". Lavrov.
  • Os ativistas apoiados pelo Ocidente, que saíram à rua com bandeiras da UE contra a lei dos "agentes estrangeiros", estavam na realidade a marchar contra a versão georgiana de uma lei promulgada pelos EUA em 1939. Erkin Oncan, Strategic Culture.
  • UE está a preparar uma lei similar à da Georgia apesar de ter dito que no caso da Georgia era um ataque à democracia se fosse aprovada. NICHOLAS VINOCUR, Político.
  • Diplomatas de 15 europeus apelaram a Israel para pôr termo ao despejo de famílias palestinianas das suas casas em Sheikh Jarrah, Silwan e na Cidade Velha de Jerusalém Oriental ocupada. MEM.
  • O ex-arcebispo de Cantuária, Lord Williams, é um dos 17 bispos e 20 outros líderes religiosos que divulgaram no dia 13 de março uma carta aberta ao primeiro-ministro britânico pedindo que o Governo aumente os impostos sobre os ricos, de modo a poder apoiar as famílias mais pobres a enfrentarem a atual “crise do custo de vida”. Este pedido contraria a pressão feita na semana anterior por alguns deputados do Partido Conservador para que no próximo Orçamento de Estado o Governo de Rishi Sunak reduza as taxas dos impostos sobre o rendimento dos mais ricos. Jorge Wemans, 7 Margens.

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