Bico calado
- Um novo governo israelita tomou posse no primeiro dia de
2023. É liderado por Benjamin Netanyahu e é o mais extremista desde a fundação
do Estado de Israel, em 1948. O político acusado dos crimes de abuso de confiança,
fraude e suborno abraçou a extrema-direita para formar um executivo de
coligação que lhe permita evadir-se à justiça e avançar com a colonização da
Palestina. Nunca a extrema-direita teve tanta influência governativa na “única
democracia no Médio Oriente”. João Biscaia, Setenta e Quatro. Ver Chris Hedges: Israel and the Rise of Jewish Fascism (Israel e a Ascensão do Fascismo Judaico) - tradução
sumária do artigo aqui.
- Israel nunca foi uma democracia: então porque é que o
Ocidente lamenta o fim de Israel "liberal"? Ramzy Baroud, Dissident Voice.
- «Com o último navio de Sua Majestade a sair de Haifa após
trinta anos de tumultuoso domínio britânico na Palestina, os sionistas
declararam o estabelecimento do Estado de Israel, e o território descambou para
uma guerra brutal. Os países árabes próximos enviaram tropas, e os sionistas
organizaram a nova Força de Defesa Israelita (IDF), adotando táticas e
estratégias de anos de treino britânico do tempo da Revolta Árabe e a Segunda
Guerra Mundial. No fim dos combates, os sionistas tinham demolido casas,
aldeias e comunidades árabes à imagem e semelhança das táticas britânicas da
década de 1930. "Mais de metade da população nativa da Palestina, perto de
800.000 pessoas, tinha sido expulsa", segundo o historiador llan Pappe.
531 aldeias tinham sido destruídas, e onze bairros urbanos tinham sido
esvaziados dos seus habitantes". A população deslocada em massa procurou
refúgio nos estados árabes próximos ou nos territórios palestinianos que o
Egito e a Jordânia tinham capturado. A guerra de 1948 acabou por ser o
primeiro de muitos conflitos, tendo todos os lados da divisão árabe-sionista
reivindicações historicamente enraizadas na Palestina. Foi o presente que lhes
foi legado pela Declaração de Balfour e pelas políticas vacilantes e egoístas
da Grã-Bretanha. A utilização da violência dirigida pelo Estado para impor as
políticas e interesses britânicos criou uma cultura de violência, cujo legado
alimentou sensibilidades, tácticas, e estratégias no rescaldo do Mandato.» Caroline Elkins, Legacy of Violence – a History of the
British Empire. The Bodley Head/Penguin 2022, pp 455-456.
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