sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Reino Unido: mina de carvão é 'indefensável', 'desnecessária' e 'hipócrita

  • O governo britânico aprovou a primeira nova mina de carvão no país durante 30 anos, apesar da preocupação manifestada pelos deputados e peritos conservadores em relação aos seus impactos climáticos. Da mina Woodhouse, perto de Whitehaven, na Cumbria, sairá carvão de coque para a produção de aço no Reino Unido e em todo o mundo. O governo garante que os efeitos do desenvolvimento sobre as emissões de carbono serão relativamente neutros e não significativos, prevendo a criação de 500 postos de trabalho. Lord Deben, o presidente do Comité Consultivo do Governo para as Alterações Climáticas, considera a decisão "absolutamente indefensável", sublinhando que a sua aprovação prejudicará a liderança do Reino Unido em matéria de alterações climáticas. O antigo diretor da British Steel diz que a aprovação foi "completamente desnecessária", acrescentando que “a indústria siderúrgica britânica precisa de investimento verde em fornos de arco elétrico e hidrogénio".  A British Steel, um dos dois principais produtores de aço do país, excluiu a utilização do carvão devido ao seu teor de enxofre, enquanto os especialistas acreditam que a Tata Steel só iria querer pequenas quantidades do que é produzido. A deputada verde Caroline Lucas escreve: "A hipocrisia espantosa de exigir a outros países a redução gradual do carvão, precisamente quando estamos a voltar a fazê-lo gradualmente, envia uma mensagem verdadeiramente terrível aos países do Sul global e marca esta decisão como um crime climático contra a humanidade". Por outro lado, espera-se que a maior parte do carvão produzido seja exportado para a Europa. Documentos do projeto mostram que mais de 80% do carvão que a mina irá produzir anualmente será, após cinco anos do início da mineração, enviado para um terminal de exportação na costa leste da Inglaterra. Entretanto, consta que já há advogados à procura de motivos para apresentar uma queixa em tribunal contra a licença concedida. Fontes: BBC, Financial Times, Reuters, The Guardian e The Daily Telegraph.
  • Os Estados-membros da UE e o Parlamento Europeu acordaram no aumento dos preços do carbono às companhias aéreas. As companhias aéreas que operam voos dentro da Europa têm atualmente de apresentar licenças do mercado de carbono da UE para cobrir as suas emissões de dióxido de carbono, mas a UE concede-lhes a maioria dessas licenças gratuitamente. Isto vai mudar nos termos da lei acordada pelos negociadores dos países da UE e do Parlamento Europeu, que eliminaria gradualmente essas licenças gratuitas até 2026. As licenças gratuitas seriam reduzidas em 25% em 2024 e 50% em 2025". Reuters.

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