Reino Unido: mina de carvão é 'indefensável', 'desnecessária' e 'hipócrita
- O governo britânico aprovou a primeira nova mina de
carvão no país durante 30 anos, apesar da preocupação manifestada pelos
deputados e peritos conservadores em relação aos seus impactos climáticos. Da mina
Woodhouse, perto de Whitehaven, na Cumbria, sairá carvão de coque para a
produção de aço no Reino Unido e em todo o mundo. O governo garante que os
efeitos do desenvolvimento sobre as emissões de carbono serão relativamente
neutros e não significativos, prevendo a criação de 500 postos de trabalho. Lord
Deben, o presidente do Comité Consultivo do Governo para as Alterações
Climáticas, considera a decisão "absolutamente indefensável", sublinhando
que a sua aprovação prejudicará a liderança do Reino Unido em matéria de
alterações climáticas. O antigo diretor da British Steel diz que a aprovação foi
"completamente desnecessária", acrescentando que “a indústria
siderúrgica britânica precisa de investimento verde em fornos de arco elétrico
e hidrogénio". A British Steel, um
dos dois principais produtores de aço do país, excluiu a utilização do carvão
devido ao seu teor de enxofre, enquanto os especialistas acreditam que a Tata
Steel só iria querer pequenas quantidades do que é produzido. A deputada verde
Caroline Lucas escreve: "A hipocrisia espantosa de exigir a outros países
a redução gradual do carvão, precisamente quando estamos a voltar a fazê-lo
gradualmente, envia uma mensagem verdadeiramente terrível aos países do Sul
global e marca esta decisão como um crime climático contra a humanidade".
Por outro lado, espera-se que a maior parte do carvão produzido seja exportado
para a Europa. Documentos do projeto mostram que mais de 80% do carvão que a
mina irá produzir anualmente será, após cinco anos do início da mineração,
enviado para um terminal de exportação na costa leste da Inglaterra.
Entretanto, consta que já há advogados à procura de motivos para apresentar uma
queixa em tribunal contra a licença concedida. Fontes: BBC, Financial Times, Reuters, The Guardian e The
Daily Telegraph.
- Os Estados-membros da UE e o Parlamento Europeu acordaram
no aumento dos preços do carbono às companhias aéreas. As companhias aéreas que
operam voos dentro da Europa têm atualmente de apresentar licenças do mercado
de carbono da UE para cobrir as suas emissões de dióxido de carbono, mas a UE
concede-lhes a maioria dessas licenças gratuitamente. Isto vai mudar nos termos
da lei acordada pelos negociadores dos países da UE e do Parlamento Europeu,
que eliminaria gradualmente essas licenças gratuitas até 2026. As licenças
gratuitas seriam reduzidas em 25% em 2024 e 50% em 2025". Reuters.
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