sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Bico calado

  • «(...) Miguel Tamen, diretor da FLUL, chamou as autoridades policiais, que acabaram por deter manifestantes que protestavam de forma pacífica. (...) Miguel Tamen estava na multidão que, há 47 anos, incendiou a Embaixada de Espanha e destruiu o seu recheio. Foram protestos atribuídos à extrema-esquerda, numa altura em que ela efetivamente existia e agia em conformidade. Manifestaaram-se a propósito da decisão de condenação à morte, em Espanha, de cinco antifranquistas. (...)» Carmo Afonso, Os jovens ativistas do clima e os velhos do costume – Público 16nov2022.
  • A polícia italiana anunciou uma série de rusgas contra a organização neo-nazi Ordem do Hagal, fazendo 5 detenções. Acusado de armazenamento de armas e de planear ataques terroristas, o grupo tem laços operacionais com o Batalhão Azov Ucraniano. Fonte.
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita afirmou que nenhuma companhia aérea aceitou ser a primeira a transportar israelitas do Estado de ocupação para o Qatar para o mundial de futebol da FIFA. MEM.

Crianças bôeres no Campo de Nylstroom, África do Sul, 1901. Biblioteca da London School of Economics and Political Science.

  • «Para terminar a guerra, Kitchener assumiu o comando total do exército como comandante-chefe e lançou um ataque total a toda uma população étnica: ou, como Kipling lhe chamou, um "desfile para o Armagedão". O exército britânico introduziu uma nova estratégia de fortificação que, combinada com cercas de arame farpado, dividiu o vasto interior em áreas menores. Kitchener implantou então uma política de terra queimada e queimou sistematicamente culturas e espalhou sal para impedir futuros cultivos. Brigadas de varredores limpavam quaisquer forças afrikaner residuais. Kitchener terá deportado trinta mil prisioneiros de guerra para recantos remotos do império. As tropas britânicas também arrasaram casas, envenenaram poços e encurralaram em campos de concentração mulheres e crianças afrikaner, bem como operários africanos. (…) As forças britânicas arrebanharam nos campos mais de cem mil afrikaners que morreram a um ritmo alarmante. A subnutrição, a fome e os surtos de doenças endémicas exterminaram cerca de trinta mil, incluindo um número desproporcionado de crianças. Quer as mortes de civis tenham sido uma consequência deliberada ou não intencional dos planos de guerra de Kitchener, o estabelecimento dos campos de concentração britânicos na África do Sul representou pela primeira vez que um único grupo étnico fora alvo de detenção ou deportação em massa.» Caroline Elkins, Legacy of Violence – a History of the British Empire. The Bodley Hed/Penguin 2022, pp 85-87.

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