quarta-feira, 15 de junho de 2022

Reflexão – Atenção ao impacto dos protetores solares contidos nos cremes de proteção solar

Os Ecologistas en Acción apresentaram o relatório BandeirasNegras 2022.

O número de Bandeiras Negras atribuídas, de acordo com a sua natureza, são as seguintes:

- Afetações à biodiversidade (5 bandeiras negras).

- Erosão costeira (3).

- Acumulação de lixo marinho (3).

- Dragagem e extensões portuárias sem justificação (4).

- Impactos como resultado do desenvolvimento de zonas industriais próximas da costa (4).

- Urbanização da costa, por vezes até invadindo o domínio público marítimo-terrestre (10).

- Despejos, deficiências nos sistemas de saneamento e graves problemas de purificação (14).

- Outros, tais como a aquicultura ou a poluição química (4).

Pela primeira vez na história deste relatório, que começou a ser elaborado em 2005, foi atribuída uma Bandeira Negra ao impacto dos protetores solares contidos nos cremes de proteção solar, que constituem um importante agente poluente. Especificamente, o relatório toma o exemplo de Nerja (Málaga) onde a sobrelotação turística se soma às caraterísticas específicas das enseadas do Paraje Natural de los Acantilados de Maro-Cerro Gordo, com praias semi-confinadas, ou seja, com pouca hidrodinâmica. Esta combinação significa que o impacto dos protetores solares constitui um perigo importante para a biodiversidade protegida deste sítio natural. Os protectores solares podem conter substâncias tais como desreguladores endócrinos, entre outras, que afetam não só a saúde dos seres humanos, mas também a dos mares, rios e lagos.

Felizmente, há casos de melhorias que foram conseguidas graças à mobilização dos cidadãos e a relatórios como o relatório Bandeiras Negras.  Três exemplos são a nova estação de tratamento em Barbate (Cádiz); a reparação do emissário em Roquetas de Mar (Almería) e a ampliação da estação de tratamento para incluir o tratamento terciário e a utilização de água recuperada.

Ana Aldarias, porta-voz da Ecologistas en Acción, declarou: "Congratulamo-nos e estamos satisfeitos com estas melhorias, mas devemos salientar que se trata de ações inerentes aos deveres, competências e obrigações das autarquias, e que ainda há muito a fazer".

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