Bico calado

• «(…) O terceiro Jubileu do reinado da Rainha Isabel II foi encenado como um grande espetáculo do West End para acalmar as turbas das ilhas britânicas num tempo de grande incerteza e de ameaças de tempestade, o Brexit, a crise económica, um primeiro-ministro apalhaçado e sem tino, a sujeição de vassalagem sem dignidade aos Estados Unidos, agora a guerra na Ucrânia, as ameaças de sessão da Irlanda do Norte e da Escócia, o desemprego, criaram o amargo caldo de decadência que está a ser servido aos britânicos. (…) Este Jubileu foi a representação de uma grandeza passada e que todos sabem não ser ressuscitável, foi uma ilusão idêntica à das reconstituições históricas com carros alegóricos e personagens mascaradas. Foi um apelo à reunião do grupo — dos ingleses — em torno da velha ordem e dos seus próceres. O funeral da rainha será outro momento de toque a reunir, mas marcará o início de uma nova época. Estes “manequins na varanda” não mais serão levados a sério. Serão um empecilho. Julgo que em Inglaterra existe um sentimento de dias do fim de uma época e que por isso houve tanta emoção e participação popular no último jubileu. (…) O Teatro-Circo de Buckingham vai entrar em decadência acelerada, os domadores de dólmen vermelho vão sair de cena com as suas senhoras de fatos cintilantes. Numa das fotos vê-se uma criança a chorar e com as mãos nos ouvidos: É o futuro, por esse gesto foi repreendido. Há que manter as aparências até ao fim!» Carlos Matos Gomes, Jubileu da Velha Ordem — Desce o pano em Buckingham – Medium.

• Jubileu de Platina II ou como triturar Judite de Sousa e algumas cenas do jubileu de figuras de cera. Tubo dde Ensaio/TSF.

• O conflito entre a Ucrânia e a Rússia impulsionou as vendas dos fabricantes de armas dos EUA, tornando-os os maiores vencedores na situação de resto catastrófica. O maior fabricante mundial de armas, a Lockheed Martin Corporation, sediada nos EUA, informou em abril que a operação das forças russas na Ucrânia "impulsionou a procura" dos seus sistemas de defesa antimísseis. "Temos sinais de procura para THAAD e PAC-3 de todo o mundo", informou no mês passado o chefe executivo da Lockheed, Jim Taiclet. Fonte.

• Um soldado israelita está a prender uma menina palestiniana de 10 anos. A sua irmã ligeiramente mais velha diz que não a pode levar. O soldado diz "não posso!?" vai algemá-la e a irmã mais velha diz para a levar em vez dela. Por isso ele algema ambas. Fonte.

• "O presidente alemão, Horst Koehler, demitiu-se em junho de 2010 porque disse algo que os funcionários do governo não devem dizer. Ele disse que a Alemanha estava a lutar no Afeganistão por razões económicas. Nenhuma referência à democracia. Nada sobre a liberdade. Nem uma palavra sobre os Bons lutando contra os Maus. A palavra "terrorismo" não foi mencionada. Nem "Deus". Numa visita às tropas alemãs no Afeganistão tinha declarado que um país como a Alemanha, dependente das exportações e das rotas de comércio livre, devia estar preparado para usar a força militar. O país, disse, tinha de agir 'para proteger os nossos interesses, por exemplo rotas de comércio livre, ou para prevenir a instabilidade regional que certamente poderia ter um efeito negativo no nosso comércio, empregos e rendimentos'". William Blum, America’s deadliest export – Zed Books 2014, pp 81-82.