A União Europeia enfrenta uma pressão crescente para eliminar as regras que obrigam as companhias aéreas a voar milhares de voos vazios, ditos "voos fantasma", a fim de manter as cobiçadas faixas horárias dos aeroportos. Há muito que os voos fantasmas são considerados absurdos e revoltantes por ativistas climáticos.
O que é um voo fantasma?
Os regulamentos da UE estipulam que as transportadoras aéreas devem operar uma determinada percentagem dos seus voos regulares para se manterem as faixas horárias de descolagem e aterragem nos aeroportos - e se não o fizerem significa que perdem as faixas horárias. As companhias aéreas que descolam da Europa devem utilizar 80% das suas faixas horárias ou perdê-las para outrem, embora a percentagem tenha caído durante a pandemia do coronavírus. Isto significa que as companhias aéreas continuam a cumprir regularmente rotas planeadas, apesar de haver poucos ou nenhuns passageiros a bordo, custando dinheiro e lançando toneladas de emissões de carbono para a atmosfera.
Porque é que as regras de "usar ou perder"
estão em vigor?
O objetivo destas regras é garantir a competitividade do mercado da aviação, incentivando as companhias aéreas a voar, trocar ou devolver as faixas horárias aeroportuárias não utilizadas, para que outras companhias aéreas as possam usar em seu lugar. A razão para operar estes voos vazios foi manter a disponibilidade operacional das aeronaves. Os aviões que ficaram imobilizados durante um período significativo têm de ser controlados antes de serem autorizados a voar novamente, um processo que os impede de voar por ainda mais tempo e que custa dinheiro à companhia aérea.
Porque é que os ambientalistas estão furiosos com os voos
fantasma?
As viagens aéreas são responsáveis por cerca de 2,5% das emissões globais de dióxido de carbono, e os activistas climáticos afirmam que os milhares de voos fantasma que acontecem todos os anos são um dos principais motores das alterações climáticas. Os voos também contribuem para a poluição atmosférica, o que está a ter um efeito prejudicial sobre a saúde dos habitantes das cidades de todo o mundo. Segundo investigações da Universidade George Washington, cerca de 86% das pessoas que vivem em áreas urbanas em todo o mundo estão expostas a níveis pouco saudáveis de partículas no ar - e as viagens aéreas são um grande poluidor - provocando 1,8 milhões de mortes em excesso nas cidades a nível mundial em 2019.
Samuel Webb, The Independent.
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