sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Bico calado

  • Após o Movimento de Utentes da Águas do Planalto (MUAP) ter feito uma queixa à Comissão de Acesso aos Dados Administrativos (CADA) porque a Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão (AMRPB) não queria facultar documentos financeiros relativos à atividade da associação, a CADA deu razão ao MUAP e esses documentos acabaram por chegar às mãos do coletivo de defesa dos utentes. Segundo os documentos, até 2006, cada autarca recebia, para além do seu vencimento como Presidente de Câmara, uma senha de presença, referente a reunião no âmbito da AMRPB, no valor de 113,82 euros. Em 2007, esse valor aumentou para 125 euros por reunião que decorriam ordinariamente às quintas-feiras, ou seja, 4 por mês. Totais apurados: Carlos Manuel Marta Gonçalves (Tondela) – 117.236,19; António Carlos Rodrigues Figueiredo (São Pedro do Sul) – 52.746,90 euros; Afonso Sequeira Abrantes (Mortágua) – 111.860,78 euros; Atílio dos Santos Nunes (Carregal do Sal) – 85.968,54 euros; Orlando de Carvalho Mendes (Santa Comba Dão) – 28.306,65 euros; João António de Sousa Lourenço (Santa Comba Dão) – 110.079,68 euros; António Manuel Tenreiro Cruz (Tondela) – 11.911,50 euros; Francisco Ivo Lima Portela (Tábua) – 1.612,53 euros. Após uma investigação da Polícia Judiciária, os montantes acabaram por ser devolvidos pelos autarcas. A investigação detetou faturas de almoços, que pelo seu montante, levantaram dúvidas e descobriu que eram referentes a várias refeições de família de um administrador da AMRPB. Para além de jantares, constam nas irregularidades encontradas viagens em família ao Brasil, ao Algarve, à Figueira da Foz, combustível para carros próprios, pneus para carros da BMW, entre outras. Foi descoberto também que existia uma empresa fantoche sem qualquer atividade, a Ecobeirão, e que juntamente com a AMRPB, terão desviado um valor total de 483 mil euros. Interior do Avesso.
  • A Secretária dos Negócios Estrangeiros britânica Liz Truss advertiu que uma incursão russa na Ucrânia seria um erro estratégico, acrescentando que qualquer sugestão de que a NATO estava a provocar a Rússia era falsa antes de uma reunião de ministros dos negócios estrangeiros da aliança. MSN. E tudo isso poucos dias depois de o Reino Unido ter acordado uma "parceria estratégica" com Israel.
  • «O governo do Reino Unido pondera boicotar os Jogos Olímpicos de Inverno da China. O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico cita "esforços internacionais para responsabilizar a China pelas suas violações dos direitos humanos em Xinjiang". A Grã-Bretanha deveria olhar para o espelho e submeter as suas próprias violações dos direitos humanos e genocídios ao Tribunal Penal Internacional ou ao Tribunal Internacional de Justiça. Serão necessários muitos anos porque há muitos abusos e genocídios a serem julgados. Como terão sido subjugadas as populações indígenas das colónias da Austrália, Aotearoa (Nova Zelândia), Canadá, Estados Unidos, Caraíbas, África e Ásia? Terão os povos indígenas dito ‘por favor despovoem-nos, tomem posse da nossa terra’? Terão dito os Nepaleses, os Butaneses, os povos do subcontinente indiano, e o Sri Lanka (Ceilão) ‘por favo, subjuguem-nos e dominem-nos’? Em 1912, a Grã-Bretanha levou a cabo o Massacre de Jallianwala Bagh em Amritsar, Punjab. Em 1948, a Grã-Bretanha pôs fim ao Mandato da Palestina e facilitou a limpeza étnica judaica dos palestinianos. Perto do final de 1946, as tropas britânicas assassinaram 24 malaios no Massacre de Batang Kali. Em 1952, a Grã-Bretanha levou a cabo o Massacre de Mau Mau no Quénia. Recentemente, o Guardian publicou um artigo, "Massacre na Indonésia: a guerra de propaganda secreta da Grã-Bretanha" que descrevia o papel da Grã-Bretanha, de acordo com a CIA, "num dos piores assassinatos em massa do século XX". O Primeiro-Ministro britânico Tony Blair não conspirou com George W Bush para fabricar os factos e as informações em torno de umapolítica que levou a que "2,4 milhões de iraquianos foram mortos desde 2003 como resultado da invasão ilegal do nosso país, com um mínimo de 1,5 milhões e um máximo de 3,4 milhões", afirmado na mentira de que o Iraque tem armas de destruição maciça (que a Grã-Bretanha tem de facto)? Os britânicos não foram também considerados culpados de crimes de guerra no Afeganistão? Não estiveram os britânicos envolvidos na destruição da Líbia e na carnificina na Síria? Tudo isto leva qualquer pessoa com uma visão superficial da história a perguntar sobre que base moral reclamam os britânicos o direito de denunciar outros países por alegados crimes?» Kim Petersen, Dissident Voice.
  • Os militares norte-americanos não sabem quantas armas e explosivos desapareceram dos seus armazéns. Num caso, um Marine roubou explosivos C4 alegando proteger-se de uma eventual guerra civil nos EUA. Centenas - e possivelmente milhares - de granadas perfurantes, centenas de quilos de explosivos plásticos, bem como minas terrestres e foguetes, foram roubados ou perdidos pelas forças armadas norte-americanas durante a última década. Ainda mais explosivos foram dados como desaparecidos e mais tarde recuperados. As tropas falsificaram registos para encobrir alguns roubos, e noutros casos não reportaram o desaparecimento de explosivos. Kristin M Hall, Justin Pritchard e James Laporta, AP News. Alguma comparação com Tancos?
  • O destino de Assange está nas mãos de um juiz que é amigo íntimo de um ex-ministro que chamou Assange de "vermezinho miserável". Matt Kennard e Mark Curtis, Declassified UK.

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