Recortes de notícias ambientais e outras que tais, com alguma crítica e reflexão. Sem publicidade e sem patrocínios públicos ou privados. Desde janeiro de 2004.
terça-feira, 24 de agosto de 2021
Bico calado
«Sobre a Venezuela, o NYTimes passou de sonhar com um
golpe de estado, para negar um golpe de estado, para lamentar o "esforço
falhado de Juan Guaidó para acenar aos militares" e para aconselhar sobre
a melhor forma de o conseguir no futuro.» Alan MacLeod.
«Comecei a ler o recente livro do jornalista Paulo
Dentinho, "Sair da Estrada" (Editorial Caminho), e acabei agora mesmo
o primeiro capítulo sobre as suas reportagens na Palestina e em Israel. Mesmo
quase no fim (pp. 61-62), Dentinho, confrontado a um sério contratempo fruto da
situação, é obrigado a "pedir autorização [à direção da informação da RTP]
para alugar um período de edição" junto da Eurovisão. Telefona para Lisboa
e da dita direção da informação perguntam-lhe se "é algum assunto de
desporto? "Fico siderado com a resposta. Apetece-me vociferar contra estes
tipos que construíram as carreiras sem quase fazer uma única reportagem. O
único risco deles é gerir favores, fazer salamaleques aos poderes para se irem
mantendo de direção em direção. Pobre país o meu."» Nobre Correia. Relacionado: Paulo Dentinho entrevistado por TeresaNicolau, da RTP.
O antigo primeiro-ministro Tony Blair criticou a gestãoda saída do Afeganistão dizendo que as únicas pessoas que aplaudiram a decisão são
hostis aos interesses ocidentais. Valerá a pena ver a resposta antecipada do rapper Lowkey.
Dominic Raab, ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino
unido, está a ser convidado a demitir-se depois de ter admitido que rejeitou
uma chamada para regressar das suas luxuosas férias em Creta para lidar com a
crise do Afeganistão, tendo ficado mais dois dias.Sky News.
(...) como nação, esquecemos normalmente os precedentes
imperiais das guerras modernas; como sociedade, esquecemos não só que os negros
e asiáticos foram convidados para trabalharem aqui, mas que muitos vieram como
cidadãos; esquecemos em esspecial que a Grã-Bretanha foi construída com base na
imigração. Segundo Robert Winder, "a Grã-Bretanha tem uma marca
amnésica... quando se trata de reconhecer o sangue dos imigrantes nas suas
veias"; a riqueza da natureza imperial que construiu e sustentou muitas
casas senhoriais foi deliberadamente escondida pelos proprietários e tem sido
deliberadamente esquecida desde então. É fácil citar mais exemplos de amnésia
seletiva. Os activistas fizeram questão de salientar durante o debate nacional
sobre estátuas que enquanto Winston Churchill é recordado como um grande líder da
guerra, as suas atitudes, que levaram indiscutivelmente à morte de cerca de 4
milhões de índios na Grande Fome de Bengala de 1943-4, são apagadas». Sathnam Sanghera, Empireland – Penguin 2021.
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