Afeganistão: crise climática contribuiu para a ascensão dos Talibãs
- O projeto de mineração de litio da Rio Tinto em Jadar, Sérvia,
está a enfrentar enorme oposição. Um estudo de impacto ambiental encomendado pela mineira
concluiu que a mina não deve ser construída, pois causará danos irreparáveis à
biosfera. A implementação das actividades planeadas, especialmente a eliminação
de resíduos industriais, prejudicará significativamente a biodiversidade em
toda a área das obras planeadas, diz o estudo da Faculdade de Biologia da
Universidade de Belgrado. Em Junho, o Presidente sérvio Aleksandar Vucic disse que
seria realizado um referendo sobre o projeto, mas a ausência de mais pormenores
sobre o referendo preocupou os opositores. Em Julho, a assembleia municipal de
Loznica, dominada pelo Partido Progressista Sérvio Vucic e seus aliados, deu
formalmente luz verde à mina, aprovando um novo plano municipal de atribuição
de terras. A rio Tinto comprou quase metade da terra necessária para a mina,
que se estende por cerca de 387 hectares. Cerca de 100 milhões de dólares do investimento da Rio
Tinto foram destinados à protecção ambiental, mas os ativistas dizem que isso é
insuficiente para compensar os potenciais danos. Uma grande preocupação para os ambientalistas é o plano da
mineira colocar lixeiras no vale dos rios Korenita e Jadar, uma área propensa a
inundações repentinas. Em 2014, as cheias do rio Korenita provocaram o
transbordamento da barragem de rejeitos de uma mina fechada, derramando
resíduos tóxicos em terrenos agrícolas. Ivana
Sekularac e Aleksandar Vasovic, AAP/Illawarra Mercury.
- O recuo da linha costeira canadiana: como as alterações
climáticas põem as praias em perigo. As projeções mostram que a subida do nível
do mar pode levar as praias do Canadá a recuar para o interior, em casos
extremos em até meio quilómetro. A melhor opção pode ser recuar e deixar que
isso aconteça. Mathew McClearn, The Globe and Mail.
- A crise climática alimentou a ascensão dos Talibãs no Afeganistão. «Quarenta anos de conflito aumentaram a
vulnerabilidade do Afeganistão às alterações climáticas, cujos efeitos podem,
por sua vez, ajudar a criar as condições para a continuação da violência»,
considera Oli Brown num relatório de 2019 publicado pelo laboratóio de ideias alemão Adelphi. O relatório sublinha a destruição de infra-estruturas
essenciais de água, deixando o país com a mais baixa capacidade de
armazenamento de água per capita da região (140 litros por pessoa). Esta
herança torna a população ainda mais vulnerável às secas. A região é
particularmente vulnerável às consequências das alterações climáticas. O
Afeganistão está em sexto lugar entre os países mais afetados no Índice Global
de Risco Climático de 2019. Desde 1950, a temperatura média anual no Afeganistão
subiu quase 2°C. Nesta região montanhosa árida, a população está
particularmente exposta aos perigos das inundações e secas, que se estão a
tornar mais frequentes. Esta vulnerabilidade está também ligada à elevada
dependência da agricultura e da pastorícia alimentadas pela chuva, da qual
dependem 80% da população. Estas observações são partilhadas por um relatório publicado em 2017. Outro efeito mais indirecto na crescente insegurança é o
cultivo do ópio, do qual o Afeganistão é o maior produtor mundial. "É uma
cultura resiliente, eficiente e rentável em termos de água, e os impactos
climáticos podem torná-la uma alternativa ainda mais atrativa", diz Oli
Brown. Os conflitos sobre o acesso à terra e à água de irrigação podem também
agravar-se no contexto de escassez de recursos devido às alterações climáticas,
de acordo com o seu estudo. Magali Reinert, Reporterre.
- Um navio tanque contratado pela petroquímica Gadiv foi
libertado sob fiança de 100.000 dólares, na sequência de uma fuga de benzeno durante
o carregamento no porto, poluindo o mar e o ar. Gadiv, na cidade de Haifa, no norte do país, tinha
contratado o navio ao seu grupo mãe, Bazan, que por sua vez faz parte da Israel
Chemicals' Ltd. The Times of Israel.
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