quarta-feira, 2 de junho de 2021

Bico calado

  • «Os britânicos voltaram a gozar de privilégios no Porto que se julgavam extintos há séculos. Como outrora, tiveram por estes dias direito a leis exclusivas e a estatutos de excepção. Puderam fazer o que os indígenas não podem, como reunir-se aos magotes com cerveja na mão, assistir a um jogo de futebol ao vivo, deambular em hordas pela rua e, aqui e a ali, dar largas ao mau feitio estimulado pelo álcool. (…) Foi isso que aconteceu. Aquilo que os portugueses não podem fazer outros podem. Aquilo que os portugueses têm de cumprir os ingleses não têm. O estado de calamidade só vincula os nacionais. As medidas de protecção, os avisos, os apelos, as matrizes existem para que o vírus não se transmita de uns para outros, mas essa hipótese não existe com adeptos do Chelsea ou do City. Tanto como a mentira da bolha de segurança, a subserviência ante a UEFA, a corrosão da autoridade do Estado ou o descontrolo e indecisão que ontem assinalámos neste espaço, o complexo da pequenez face à final europeia causa um dano grave. Quem for rico e vier de fora fica imune à situação de calamidade. (…)» Manuel Carvalho, Párias por efeito do complexo da pequenez – Público 1jun2021.
  • Joe Biden está a preencher as posições de topo do Pentágono com empreiteiros da defesa. Alguns dos principais funcionários do Departamento de Defesa - incluindo o Secretário da Defesa nomeado Lloyd Austin - têm laços profundos com o sector privado. Sara Sirota e Lee Fang, TheIntercept.
  • O presidente angolano anunciou uma remodelação na casa militar. Não foi dada qualquer razão para as alterações. Tudo isto na sequência da detenção de 6 generais envolvidos num caso de corrupção que está sob investigação. Um deles foi detido quando estava na posse de 2 sacos com 10 milhões de dólares e 4 milhões de euros. Zenaida Machado.
  • Uma vala comum com os restos mortais de 215 crianças foi encontrada no Canadá numa antiga escola residencial criada para estudantes indígenas. As crianças eram alunos da escola residencial indígena Kamloops, na British Columbia, encerrada em 1978. As escolas residenciais do Canadá eram internatos obrigatórios administrados pelo governo e autoridades religiosas durante os séculos 19 e 20 com o objetivo de assimilar à força os jovens indígenas à cultura europeia. A escola residencial indígena Kamloops era a maior neste sistema. Aberta sob administração católica em 1890, a escola chegou a ter 500 estudantes em 1950. O governo central assumiu a administração da escola em 1969, transformando-a em residência para estudantes da região até 1978, quando a escola foi fechada. Entre 1863 a 1998, mais de 150.000 crianças indígenas foram tiradas das suas famílias e colocadas nestas escolas. As crianças não tinham licença para falar a sua língua ou praticar a sua cultura, e muitas eram maltratadas e abusadas. Globo.
  • Os Democratas podem controlar os ramos legislativo e executivo do governo dos EUA neste momento, mas uma pequena Coligação de Mísseis Balísticos Intercontinentais (ICBM), dominada pelos Republicanos, exerce uma enorme influência numa assustadora campanha para o rearmamento nuclear. A coligação, composta por seis senadores de Estados que alojam, desenvolvem, ou testam armas nucleares terrestres subterrâneas, está a pressionar um plano perigoso de 1,7 triliões de dólares, com décadas de duração, para produzir novas armas nucleares, algumas com ogivas 20 vezes mais poderosas do que a bomba atómica lançada sobre Hiroshima. Os membros da Coligação ICBM do Senado são os Co-Presidentes John Hoeven (R-N.D.) e Jon Tester (D-Mont.); John Barrasso (R-Wyo.); Steve Daines (R-Mont); Mike Lee (R-Utah); e Mike Rounds (R-S.D.). Marcy Winograd e Medea Benjamin, ResponsibleStatecraft.

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