Irlanda: UE exige mais rigor no registo das capturas de pesca
- Em Roma, activistas da Greenpeace penduraram uma enorme
faixa com a mensagem "ENI Climate killer" (ENI assassina do clima) num edifício em frente à
sede da ENI no dia da assembleia de accionistas. O objectivo foi condenar o greenwashing da ENI e pedir à
empresa que se concentre realmente nas energias renováveis em vez de continuar
a alimentar a crise climática.
- A União Europeia vai cancelar uma derrogação para a
Irlanda sobre a forma como as capturas de peixe do país são pesadas. A UE quer
que o peixe pescado na Irlanda seja pesado no molhe e não nas fábricas
localizadas a uma milha da costa. Uma investigação realizada no ano passado
pela Comissão Europeia detetou 33 situações de deficiências graves e significativas
no sistema de controlo irlandês. Aliás, já em 2017, a Norfish e o seu director
foram multados em 45 mil euros por manipulação do sistema de pesagem das
capturas. Várias inspeções reportam que a subnotificação das capturas nos
portos irlandeses chegava aos 50% e, um relatório de 2020 para o governo
irlandês, elaborado pela Deloitte, revelou fraudes detalhadas que levaram à
sobrepesca dos estoques de arenque no Mar Celta. A UE também exige mais rigor
da Bélgica e dos Países Baixos de modo a evitar problemas semelhantes aos
detetados na Irlanda. Mark Godfrey, SeafoodSource.
- A fábrica 3M em Zwijndrecht, no porto de Antuérpia,
produz PFAS, produtos químicos altamente fluorados que se decompõem muito
lentamente no ambiente, e que causam muitos efeitos negativos para os seres
humanos e a natureza. A fábrica da 3M despejou grandes quantidades de PFOS e
substâncias semelhantes no solo ao lado e no rio Schelde. Como resultado, um lago
na área protegida Natura 2000 Blokkersdijk (anteriormente solo industrial), as
águas subterrâneas e o solo à sua volta contêm enormes quantidades de PFOS e
outros químicos fluorados. A área detém também o recorde das concentrações mais
elevadas de PFOS alguma vez medidas na vida selvagem. O que fazer com um legado
tão problemático? As autoridades locais tinham um plano inteligente: construir
um novo túnel rodoviário na área, mesmo ao lado do sítio Natura 2000, mobilizar
algum solo, envolver os contaminantes em plástico e enterrá-los. No entanto, o
solo excede em 180 vezes os actuais limiares de segurança. Há quase 20 anos, a
fábrica da 3M em Zwijndrecht abandonou os PFOS para produzir PFBS, bem como
cetonas e aminas perfluoradas. Durante muitos anos, as entidades reguladoras permitiram
à 3M descartar os PFOS (e outros PFAS). Documentos de licenciamento recentes
revelam que a 3M emitiu gases F - casos de longa duração de gases com efeito de
estufa milhares de vezes mais potentes do que o CO2. Das principais fábricas
produtoras de PFAS na Europa, a maioria tem sido manchada por grandes
escândalos. Os pioneiros dos escândalos são sem dúvida Chemours/DuPont
Parkersburg, Fayetteville, Dordrecht e a extinta fábrica Miteni em Trissino. A
este clube juntou-se recentemente a Solvay Spinetta Marengo e agora a 3M
Zwijndrecht. Jean-Luc Wietor, EEB.
- Gretchen Whitmer, governadora do Michigan, ameaçou ir sobre os lucros de um
oleoduto da Enbridge nos Grandes Lagos se a empresa incumprir a sua ordem de
fechar o oleoduto. A governadora emitiu o aviso numa carta dirigida à empresa
canadiana de transporte de energia na véspera de um prazo imposto pelo estado
para suspender a operação da Linha 5, que transporta petróleo através do norte
do Wisconsin e do Michigan para refinarias no Ontário. Uma secção de quase 4
milhas (6,4 Kms) da Linha 5 divide-se em duas condutas que atravessam o fundo
do Estreito de Mackinac, que liga o Lago Michigan e o Lago Huron. Whitmer,
apoiada por ambientalistas e tribos nativas, diz que o segmento é vulnerável a
um derrame catastrófico. Em novembro passado, ela revogou uma licença concedida
em 1953 para as condutas ocuparem o fundo do lago e ordenou o seu encerramento
até 12 de maio. A Enbridge insiste que o segmento está em boas condições e diz
que a sua perda causaria prejuízos económicos em ambos os países. John Flesher
e Anna Liz
Nicholas, AP/PBS.
- Um estudo recente realizado pelo Projecto de Divulgação de Carbono que
analisa os preparativos das cidades de todo o mundo para enfrentar a crise
climática mostra que uma em cada quatro das 800 cidades inquiridas «carecem de dinheiro para se protegerem contra a
destruição do clima, apesar de mais de 90% estarem a enfrentar sérios riscos».
Os problemas mais prementes são inundações, sobreaquecimento, escassez de água
e danos nas infra-estruturas devido a condições meteorológicas extremas. Fiona Harvey,
The Guardian. O desempenho das empresas portuguesas corresponde à
escala do país, muitas delas não fornecendo os dados solicitados.
- O Sumitomo Mitsui Financial Group planeia suspender novos
financiamentos a todas as centrais elétricas alimentadas a carvão, tornando-se
o primeiro grande financiador japonês a tomar tal atitude no meio de uma
pressão crescente sobre os bancos para cortar o financiamento ao carvão. Takashi
Umekawa, Reuters.
- Na Índia, telhados modulares reciclados foram
desenvolvidos para manter as casas frescas. Feitos de resíduos de papel em vez
de metal, os telhados podem baixar a temperatura interior até 18 graus
Fahrenheit. O design Modroof utiliza resíduos de cartão e aglutinantes naturais
para fazer um painel leve que é isolado e tem um revestimento que o torna à
prova de água. Uma estrutura metálica torna-o forte. O isolamento, juntamente
com uma caixa de ar no interior do painel, ajuda a manter o calor afastado.
Adele Peters, Fast Company.
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