A euforia mediática à volta da Perseverance omitiu que a sua fonte de energia é o plutónio, considerado a mais letal de todas as substâncias radioativas. A Declaração Suplementar de Impacto Ambiental (SEIS)da NASA para esta missão de US $ 3,7 mil milhões admite que uma fonte de energia alternativa para o Perseverance poderia ter sido a energia solar.
Sabendo-se que 1% dos foguetões sofrem avarias e acidentes por falhas técnicas durante o seu lançamento, a SEIS alerta para eventuais acidentes que possam vir aocorrer na zona do Cabo Kennedy: “Além das consequências potenciais para a saúde humana de acidentes de lançamento que podem resultar numa libertação de dióxido de plutónio, os impactos ambientais também podem incluir a contaminação da vegetação natural, zonas húmidas, terras agrícolas, sítios arqueológicos e históricos, áreas urbanas, lagos e o oceano, bem como impactos sobre a vida selvage. (…) Além dos potenciais custos diretos de pesquisas radiológicas, monitorização e limpeza após um acidente, há potenciais custos sociais secundários associados às atividades de descontaminação e mitigação devido a acidentes na área de lançamento. Esses custos podem incluir: realojamento temporário ou de longo prazo de residentes, perda temporária ou de longo prazo do emprego, destruição ou quarentena de produtos agrícolas, incluindo safras cítricas, restrições no uso da terra, restrições ou proibições à pesca comercial e efeitos na saúde pública e cuidados medicos.” Não será por acaso que a libertação de dióxico de plutónio por acidente durante a fase de lançamento de um foguetão é mencionada várias vezes no SEIS.
A omissão mediática dos perigos que envolvem o material nuclear inserido na Perseverance Mars não é de estranhar, diz Bruce Gagnon. Os media sempre se manifestaram deslumbrados com a imagem de brilhantismo tecnológico da agência espacial, os repórteres espaciais nunca esconderam a sua paixão pelas aventuras do homem no espaço, muitos deles considerando-se autênticos participantes na epopeia da NASA.
Além disso, os media sempre esconderam os anos de
contaminação tóxica nos laboratórios nucleares do Departamento de Energia, onde
esses dispositivos nucleares espaciais são produzidos. O Idaho Nuclear
Laboratory e o Los Alamos Nuclear Lab, no Novo México, têm um longo historial
de contaminação ambiental e humana durante este processo de produção de armas
nucleares”.
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