domingo, 28 de fevereiro de 2021

França: nuvem de areia com resíduos de poluição radioativa


  • A ONU acaba de analisar 48 planos climáticos atualizados e alerta que, embora tenha havido melhorias, as emissões de gases de efeito estufa só serão reduzidas em apenas 0,5% até 2030 em relação aos níveis de 2010. A previsão será mais sombria se considerarmos que os maiores especialistas em crise climática, o IPCC, divulgou um relatório há três anos pedindo uma redução de 45% em relação ao nível de 2010 para limitar a temperatura em 1,5 ° C. Entretanto, soube-se que o Banco Santander continua a financiar a indústria do carvão em todo o mundo: 3,581 milhões de dólares nos últimos dois anos, apesar de propagandear as metas de descarbonização. Também BBVA, Grupo La Caixa, BFA Tenedora de Valores, Instituto de Credito Oficial, Bankinter e Kutxabank concederam empréstimos e garantias para o carvão nos últimos dois anos.
  • Uma nuvem de areia laranja proveniente do Saara pairou no início de fevereiro sobre a Europa. Análises realizadas pela ACRO revelaram resíduos de poluição radioativa que datam dos testes da bomba atómica realizados pela França nos anos 60. O Césio-137 é claramente identificado. A ACRO estima que terão caído 80.000 Bq por km2 de césio-137. O episódio de 6 de fevereiro é de baixíssima poluição, mas acrescenta-se aos episódios anteriores (testes nucleares dos anos 1960 e Chernobyl). Este episódio de poluição radioativa - ainda observável a longas distâncias 60 anos após os testes nucleares – sublinha o problema da contaminação radioativa perene no Saara pela qual a França é responsável. No início da década de 1960, a França realizou testes nucleares atmosféricos no Saara argelino (Reggane) expondo as populações sedentárias e nómadas da região e os seus próprios militares à radiação. Desde o primeiro teste no Saara em 1960 até o último em 1996 na Polinésia Francesa, a França terá realizado 210 explosões nucleares. Entre 1945 e 1980, EUA, União Soviética, Reino Unido, França e China realizaram 520 testes nucleares atmosféricos atingindo níveis estratosféricos e dispersando grandes quantidades de produtos radioativos na superfície do globo, principalmente no hemisfério norte. ACRO.

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