França: nuvem de areia com resíduos de poluição radioativa
- A ONU acaba de analisar 48 planos climáticos atualizados e alerta que, embora
tenha havido melhorias, as emissões de gases de efeito estufa só serão
reduzidas em apenas 0,5% até 2030 em relação aos níveis de 2010. A previsão
será mais sombria se considerarmos que os maiores especialistas em crise
climática, o IPCC, divulgou um relatório há três anos pedindo uma redução de
45% em relação ao nível de 2010 para limitar a temperatura em 1,5 ° C. Entretanto, soube-se que o Banco Santander continua a financiar a indústria do
carvão em todo o mundo: 3,581 milhões de dólares nos últimos dois anos, apesar
de propagandear as metas de descarbonização. Também BBVA, Grupo La Caixa, BFA
Tenedora de Valores, Instituto de Credito Oficial, Bankinter e Kutxabank
concederam empréstimos e garantias para o carvão nos últimos dois anos.
- Uma nuvem de areia laranja proveniente do Saara pairou no
início de fevereiro sobre a Europa. Análises realizadas pela ACRO revelaram
resíduos de poluição radioativa que datam dos testes da bomba atómica
realizados pela França nos anos 60. O Césio-137 é claramente identificado. A
ACRO estima que terão caído 80.000 Bq por km2 de césio-137. O episódio de 6 de
fevereiro é de baixíssima poluição, mas acrescenta-se aos episódios anteriores
(testes nucleares dos anos 1960 e Chernobyl). Este episódio de poluição radioativa - ainda observável a
longas distâncias 60 anos após os testes nucleares – sublinha o problema da
contaminação radioativa perene no Saara pela qual a França é responsável. No início da década de 1960, a França realizou testes
nucleares atmosféricos no Saara argelino (Reggane) expondo as populações
sedentárias e nómadas da região e os seus próprios militares à radiação. Desde
o primeiro teste no Saara em 1960 até o último em 1996 na Polinésia Francesa, a
França terá realizado 210 explosões nucleares. Entre 1945 e 1980, EUA, União
Soviética, Reino Unido, França e China realizaram 520 testes nucleares
atmosféricos atingindo níveis estratosféricos e dispersando grandes quantidades
de produtos radioativos na superfície do globo, principalmente no hemisfério
norte. ACRO.
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