O tribunal britânico rejeitou a extradição de Julian Assange para os EUA alegando que representava um grande risco de suicídio. Apesar de ser uma boa notícia, não deixa de ser uma decisão para salvar a face dos britânicos para justificar o seu vergonhoso julgamento político em nome dos EUA. Resta agora libertá-lo sob pena de uma eventual condenação representar uma enorme machadada na liberdade de expressão defendida pelos media dignos desse nome. Entretanto, o presidente do México ofereceu asilo politico a Assange.
«O status-quo norte-americano e britânico não se importam onde Assange está preso - Suécia, Reino Unido ou EUA. O que foi mais importante para eles é que ele desapareceu numa cela algures, onde a sua força física e mental possa ser destruída e onde ele seja efetivamente silenciado, encorajando outros a tirarem a lição de que há um preço muito alto a pagar pela dissidência. (…) Não há razão para sermos sentimentais em relação ao presidente eleito Joe Biden. Ele também é um grande fã do encarceramento em massa e não será mais amigo dos media dissidentes, dos denunciantes e do jornalismo que desafia o estado de segurança nacional do que o seu antecessor Barack Obama. (...) Portanto, ao celebrarmos esta decisão para Assange, devemos também denunciá-la em voz alta como um ataque à liberdade de imprensa, como um ataque às nossas liberdades coletivas duramente conquistadas e como um ataque aos nossos esforços para manter o status-quo dos EUA e do Reino Unido responsáveis pelos valores, princípios e leis que eles próprios prometem defender. (...) Baraitser rejeitou a extradição apenas com base na saúde mental de Assange e no seu autismo, e o facto de ele representar um risco de suicídio. Por outras palavras, os argumentos base para libertar Assange foram rejeitados de forma decisiva. O combate de Assange para defender as nossas liberdades, para defender aqueles que bombardeamos à vontade em terras distantes para promover os interesses egoístas de uma elite ocidental, não foi autista ou evidência de doença mental. A sua luta para tornar as nossas sociedades mais justas, para responsabilizar os poderosos pelas suas ações, não foi evidência de disfunção mental. É um dever que todos compartilhamos para tornar a nossa política menos corrupta, os nossos sistemas jurídicos mais transparentes, os nossa media menos desonestos. (…)» Jonathan Cook.
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