sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Bico calado

  • A ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália escreveu um tuite congratulando-se pela vitória de Biden e aproveitando para partilhar a soberania do seu país com a dos EUA: «We look forward to working closely with you to ensure our shared security, sovereignty & prosperity» (Estamos ansiosos por trabalhar com vocês para garantir a nossa segurança, soberania e prosperidade compartilhadas). Deduzimos que a senhora da soberania tendo em conta que os EUA é imensamente maior e mais poderoso do que a Austrália…  
  • «1. Farto de jornalistas que se pretendem mais sábios que os especialistas que pretendem entrevistar. 2. Farto de jornalistas que fazem da entrevista um espaço de demonstração de poder. 3. Farto de jornalistas que perguntam, não porque queiram obter respostas, mas porque regurgitam de prazer com o eco das suas perguntas. 4. Farto de jornalistas sem disponibilidade para ouvir as respostas do convidado, o que implica ser educado, saber escutar, e perceber que a agressividade, por si só, não faz um bom jornalista, nem faz inteligentes perguntas absurdas e até idiotas. 5. Farto de jornalistas cujo ego os impede de perceber que as perguntas não se destinam a confirmar as suas certezas, mas a esclarecer o espectador/leitor.(…)» Valdemar Cruz, FB.
  • Offshores inglesas terão desviado 120 milhões de dólares do Níger, um dos países mais pobres do mundo, num escândalo de compras militares. O editor do jornal L'Evenement investigou e publicou a notícia. Recebeu ameaças de morte e é alvo de processo judicial. Will Fitzgibbon, ICIJ.
  • As Ilhas Virgens Britânicas estão a ser alvo de um inquérito sobre alegações explosivas sobre o uso indevido de milhões de fundos públicos. Cresce a pressão para que a UE inclua de novo este território britânico na lista negra de paraísos fiscais após o Brexit. Will Fitzgibbon, ICIJ.
  • O fetiche do governo pela desregulamentação cai nas mãos das multinacionais predatórias Uber e Deliveroo, que exploram as leis laborais e tributárias da Austrália para desviar lucros para o estrangeiro. Adivinha-se um tsunami de ações judiciais. Michael West e Callum, Michael West Media.
  • «Você já percebeu que o jornalismo esportivo internacional na grande maioria dos casos, especialmente futebolístico, “debate” dias e dias discutindo-se o “nada”, não se chegando à conclusão nenhuma, vive de especulações e palpites enquanto o suco extraído de todo esse “nada” é que você fica horas frente à TV sem ser acrescentado do ponto de vista cultural e crítico, nem sequer entendendo o próprio esporte diante de “especialistas” que acabam levando mais folclore e entretenimento que conteúdo ao público?» Edu Montesanti, O jornalismo esportivo e a arte de emburrecer o público - Observatórioda Imprensa.

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