Bico calado
- «(…) Em Toronto [António Tânger] foi subornado com dois
veleiros no valor de dezenas de milhares de dólares, porque fez saber à
comunidade de emigrantes o quanto gostava de se fazer ao mar. Afundando um,
logo outro o substituiria com os corruptores a reporem o que, por inépcia,
perdera. Em Goa arrombou as portas de uma casa, dela correndo com a família aí
residente, para firmar a representação portuguesa. Quando os amigos
dos escorraçados vieram tratar-lhe do pelo, só a polícia e uma chusma de
gorilas contratados para o efeito o eximiu de pagar os custos do comportamento
arruaceiro. Mais recentemente em Vilnius andou a gastar as verbas confiadas à
embaixada sem apresentar os respetivos justificativos, pressupondo-se que no
todo, ou em parte, o fez em seu proveito.(…) Corrupção, assaltos a casas alheias
e outras habilidades levaram uma ex-colaboradora numa das representações
portuguesas que dirigiu, a dizer que o apelido fazia mesmo jus à personagem: se
Tânger representou, em 1437, uma das mais trágicas páginas da História
portuguesa, o mostrengo com esse mesmo nome constituía uma verdadeira
calamidade para todos os cargos infaustamente por ele ocupados.» Jorge Rocha,
Mais um homem sem qualidades – Ventos Semeados.
- Depois de oferecer oxigénio para socorrer a rede
hospitalar de Manaus, o governo venezuelano coordena o envio de 107 médicos
para ajudar os serviços de saúde da Amazónia. Fabíola
Salani, Forum.
- Os media estão cheios de títulos como este do The NewYork Times de 1jan2021: “Como Israel se tornou líder mundial da vacinação contra
a covid-19». Enquanto os EUA só vacinaram 1,3% da sua população, Israela
aplicou a Pfizer/Biontech a mais de 14% dos seus cidadãos. Isto acontece porque
Israel é rico e dá-se ao luxo de pagar 62 dólares por dose enquanto os EUA
pagam 19,50. Mas por detrás deste sucesso há uma história sombria. Israel tem
uma população de cerca de 9 milhões. 20% são cidadãos palestinos de Israel, que
podem votar nas eleições, ter representação no Parlamento e estão a ser vacinadas
contra a covid-19. Mas há cerca de 5 milhões de palestinos vivendo sob o
domínio israelita desde 1967, sem direitos e que também sofrem com a pandemia.
E, graças ao bloqueio aéreo, terrestre e marítimo imposto por Israel, há uma
grave escassez de medicamentos e equipamento medico em Gaza. O vice-ministro da
Saúde, Yoav Kisch, disse que talvez Israel pudesse oferecer à Cisjordânia e a
Gaza as suas sobras depois de vacinar a população israelita e os palestinos em
Jerusalém Oriental. Se isto não é um apartheid medico, parece. O programa Covax
da Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa ajudar os países pobres, comprometeu-se
a vacinar 20% dos palestinos que vivem nos territórios ocupados. Mas as vacinas
da Covax ainda não têm a aprovação necessária da OMS para "uso de emergência".
Gerald Rockenschaub, chefe da OMS em Jerusalém, disse recentemente que essas
vacinas só estariam disponíveis nos meados de 2021. Ariel Elyse Gold, Apartheid medico - CTXT.
- A Noruega disse que as vacinas da Covid-19 podem ser
muito arriscadas para os muito idosos e doentes terminais. Autoridades norueguesas
disseram que 23 pessoas morreram no país pouco tempo depois de receber a
primeira dose da vacina. Lars Erik
Taraldsen e Naomi Kresge,
Bloomberg.
- O governo britânico vai descobrir que retomar o controlo
traz dores de cabeça. Dos direitos dos trabalhadores às hormonas na carne
bovina, os eleitores esperam que os nossos políticos regulem as grandes
empresas como Bruxelas faz. Anand Menon e Alan Wager, The Guardian.
- «Jenny Cudd fez parte da arruaça que invadiu o Capitólio
e arrombou a porta de Pelosi. Disse que "faria de novo". Libertada
sem fiança. Eu estou no dia 529 de prisão domiciliar em pré-julgamento depois
de ganhar um histórico caso de poluição de $ 9,5 mil milhões contra a Chevron.
O que é que os tribunais norte-americanos protegem?» Steven Donziger.
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