sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Algas servem para muitos fins

Aver-o-Mar. 

Nos Açores, vai de vento em popa a apanha de algas para exportar para Espanha. Este ano, a Uniproalgas já capturou mais de 40 toneladas de algas de primeira qualidade, esperando até ao fim de outubro alcançar mais de 50 toneladas de algas costeiras capturadas na Terceira, Graciosa, Faial e São Miguel. 
A empresa captura e comercializa duas espécies de algas - Pterocladiella e a gelidium, dizendo que tem o cuidado de fazer uma gestão bastante segura no sentido de prolongar esta atividade por muitos anos. «Não é nossa intenção fazer uma apanha exaustiva. Preferimos fazer menos, com qualidade, e ter mais anos para poder exercer esta atividade», afirma Lázaro Silva. 

A apanha das algas submersas exige licença. Se forem arrojadas pelo mar, qualquer pessoa pode apanhá-las. Há 100 pessoas a fazer isso para Lázaro Silva, sobretudo entre junho e outubro. O negócio tem sido rentável, uma vez que, segundo o gerente da Uniproalgas, o preço médio das algas de primeira qualidade é de 2,5 euros o quilo, mais do que o preço do quilo do atum

As algas são exportadas para a Ibergar, uma empresa luso-espanhola de colóides marinhos, que depois a comercializa na indústria cosmética, farmacêutica e alimentar, já que é destas algas que se extrai o agar-agar, substância gelatinosa usada para conservar salsichas, fiambre, sendo também utilizado em gelados e donuts. 
Lázaro Silva acredita que o que existe na costa dos Açores “é muito mais do que aquilo que apanhamos. Nós não apanhamos nem uma décima parte do que existe nas nossas costas”. Contudo reconhece que esta atividade é útil para “dar um pouco de vida aos nossos corais costeiros, porque os nossos fundos precisam de ser remexidos. É como um quintal que temos à nossa porta. Se não arrancarmos aquelas ervas daninhas, só crescem essas ervas e não se consegue tirar nada. E no mar é exatamente a mesma coisa” 

Mas este conhecimento é empírico e não há, a nível regional, “nenhum estudo que prove o que estou a dizer”. Foi nesse sentido que surgiu a AlgaAçor – Associação Portuguesa de Apanhadores e Concentradores de Algas Marinhas, onde Lázaro Silva é o fundador e atual Presidente. Além de apostar na formação dos apanhadores “para que saibam fazer uma apanha sustentável e que limite zonas de apanha”, também pretendem trabalhar em conjunto com investigadores “para se fazer um melhor trabalho e um mapeamento” sobre estas espécies de algas costeiras capturadas. Carla Dias, CA


Entretanto, em Aver-o-mar, apanha-se e seca-se o «argaço», fazendo montes que lá se chamam «padelos». Pessoas como a D. Florinda, adubam os seus terrenos que dão excelentes batatas, cebolas, alhos, couves, etc. Obrigado à Maria Isabel Raposo Martins, pela dica e pelas imagens, uma das quais me fez tomar a liberdade de encimar este poste.

1 comentário:

OLima disse...

«Segundo Jean-Paul Thorez, autor do livro, "Guia de Agricultura Biologica" as algas marinhas são 3 a 4 vezes mais ricas que composto sendo ricas em oligoelementos e compostos bioquímicos que tem um efeito estimulante e bio protector sobre as plantas.
Depois de lavadas do sal e areia, podem ser colocadas directamente no solo ou colocadas em água para fazer fertilizante liquido.
Se o liquido for usado ao fim de um mês, dilui-se de 1 para 10 de água. Se usado ao fim de 2 meses, de 1 para 20 de água e assim sucessivamente. No fim, colocam-se as algas no composto ou no solo.
1l de fertilizante liquido dá para 1ha por isso, se forem ás algas, não retirem mais do que precisam. As algas mortas na praia alimentam uma variedade de seres que fazem parte da costa e que a mantêm.» Atimati Aroso.
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