sexta-feira, 26 de junho de 2020

Fundão: central de biomassa continua a afetar vizinhança com ruídos, cinzas e poeiras

  • A Central de Biomassa do Fundão continua a afetar os vizinhos com ruídos, cinzas e poeiras. Há muito que estes problemas têm sido debatidos em várias instâncias. No Parlamento, o BE pediu esclarecimentos sobre o subsídio de 226 milhões concedidos às centrais de biomassa do Fundão e de Viseu que estarão a queimar madeira de qualidade em vez de resíduos florestais. A CCDR-C exigiu à DGEG que a central do Fundão seja notificada no sentido de cumprir a lei do ruído. A Quercus defende a suspensão da atividade da central do Fundão até serem resolvidos os problemas do ruído e das poeiras. A Zero exige a suspensão imediata dos subsídios à produção de energia elétrica a partir de biomassa. Interior do Avesso.
  • A CELPA — Associação da Indústria Papeleira — Altri, DS Smith, Renova e The Navigator Company – diz querer fazer parte da recuperação verde e anuncia o investimento de 100 milhões em tecnologias para otimizar o seu desempenho ambiental. «Números de 2018 mostram que houve uma redução de 7% na utilização de água por tonelada de pasta produzida, menos 10% na carga orgânica dos efluentes e uma redução, em cerca de 5%, nas emissões de partículas. Os biocombustíveis continuaram a ser uma aposta, tendo representado 70% dos combustíveis consumidos pelo setor», dizem os serviços de relações públicas citados pelo Eco, via Agroportal. A indústria portuguesa de pasta, papel e cartão diz comprometer-se na mitigação das alterações climáticas com ações e investimentos em diversas áreas, nomeadamente, na área da prevenção de incêndios, tendo as empresas os seus próprios de sapadores florestais para combater os incêndios nos milhares de hectares que gerem no país. «79% da água utilizada na produção é restituída limpa ao meio ambiente, fazendo da indústria papeleira, uma das mais eficientes na gestão dos recursos ambientais», garante Luís Veiga Martins. Por ano, as quatro empresas geram mais de 3,4 TW (terawatts) de energia elétrica a partir de biomassa (6% da eletricidade produzida no país), sendo que 73% são utilizados na produção de papel e cartão e os restantes 27% injetados na rede nacional. Não sentem nesta notícia um certo cheiro a frete? Ou, se quisermos ser menos agressivos e mais suaves, relações públicas ou greenwashing? É que a gente sabe o que acontece nos sítios. Por exemplo, confrontar com as constantes violações e agressões ambientais desta indústria em Vila Velha de Ródão.

Sem comentários: