Uma autocaravana precipitou-se sobre um ferry que largava do cais de Tadoussac, no Quebec.
- «(…) Quem vem da Amadora ou da margem sul de madrugada, em autocarros ou barcos à pinha, para limpar os escritórios de Lisboa, quem tem de apanhar o metro de manhã e viajar em carruagens a abarrotar, não está a desrespeitar normas – quem as desrespeita são as empresas de transporte e o Estado, que não garante as condições de segurança, de distanciamento e de proteção. Não precisamos, pois, de elocuções morais nem de tiradas racistas sobre a propagação do vírus. Precisamos de pôr mais comboios a funcionar, de arranjar desdobramentos rodoviários, de reforçar a resposta do metro, de garantir equipamentos de proteção nas empresas, de ter uma Autoridade para as Condições de Trabalho que fiscalize as condições de trabalho e de higiene e segurança nas empresas, de reabilitar os espaços onde a ausência de contacto é impossível, de dar oportunidades de realojamento a famílias cujas precariedade da habitação não permite as condições de salubridade e de dignidade necessárias, de alargar os apoios sociais a todas as pessoas que nunca puderam parar e que ficaram sem nada quando pararam. E precisamos de fazer isso não pelo pânico classista que vem agora exigir medidas sobre realidades às quais nunca prestou atenção e que sempre estiveram lá, mas sim porque é um dever do Estado e da comunidade, porque estamos a falar de direitos humanos e do respeito pelas pessoas cujos quotidianos são normalmente condenados à invisibilidade mediática e social. Precisamos de fazer isso em nome de uma abordagem de saúde pública que integre a multidimensionalidade do problema e que reconheça que, como diria Abel Salazar, “quem só sabe de medicina nem de medicina sabe”. E precisamos de fazer isso já, dispensando o discurso moral que tresanda a elitismo contra o que agora alguns parecem querer retratar, à velha maneira do século XIX, como uma espécie de “novas classes perigosas”.» José Soeiro, in As “novas classes perigosas” e o discurso moral da pandemia - Expresso.
- Os conservadores britânicos receberam mais de 11 milhões de libras de alguns dos mais ricos empreendedores imobiliários e empresas de construção do Reino Unido desde que Boris Johnson se tornou primeiro-ministro em julho passado, revela uma investigação da openDemocracy.
- O presidente do Kosovo, Hashim Thaçi, está a ser acusado de crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos durante a guerra de independência de Kosovo de 1998-99 com a Sérvia. A acusação foi anunciada quando Thaçi estava a caminho de Washington para uma reunião na Casa Branca com o presidente da Sérvia, organizado por Richard Grenell, o controverso embaixador de Donald Trump na Alemanha. The Guardian.
- Mais de 500 líderes políticos, civis, prémios Nobel e instituições pró-democracia assinam uma carta aberta para defender a democracia, alertando que as liberdades que estimamos estão ameaçadas por governos que estão a usar a crise pandémica para aumentar o seu poder. Via CNN.
- Como os voos de deportação de Trump estão a colocar em risco a América Latina e as Caraíbas. Os EUA avançaram com deportações durante a pandemia, criando um excelente foco de propagação do vírus em instalações superlotadas do ICE e exportando-a para o exterior. Isabel del Bosque e Isabel Macdonald, na The Intercept.
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