Escultura de Bruno Catalano
- «Porque é que fizeram uma estátua a Edward Colston em Bristol em 1895, mais de 170 anos depois de sua morte? Se eles queriam um empresário/filantropo branco, havia muitos outros candidatos. Porquê um comerciante de escravos? Entre os outros, havia Richard Reynolds, que deu mais dinheiro a Bristol do que Colston. Era um comerciante de ferro Quaker, ativista anti-escravatura e deu 20.000 libras para ajuda aos pobres. Outro que poderia ter sido homenageado era John Whitson, Lord Mayor e comerciante que possuía navios de guerra e doou a sua enorme fortuna para construir casas para pobres, criou a Escola Red Maids para raparigas pobres e órfãs aprenderem a ler e costurar. Os comerciantes de escravos voltaram-se para a caridade no fim da sua vida como uma forma de 'comprar' o seu caminho para o céu. Mas o que espoletou a estátua? Acontece que os trabalhadores de Bristol estavam a revoltar-se, ameaçando formar sindicatos e avançar para uma greve. Uma manifestação em 1892 provocou o pânico entre os líderes empresariais. Foi então que um certo James Arrowsmith decidiu lançar Colston como um grande homem merecedor de uma estátua. Ninguém aderiu ao projeto e só ele é que avançou com o dinheiro. Para mais, consulte o excelente artigo de Roger Ball.» Kate Williams.
- O Black Lives Matter no Reino Unido criou um mapa interativo, o Topple the Racists, listando cerca de 80 estátuas de figuras ligadas à escravatura e racismo a serem derrubadas.
- Boris Johnson diz que remover estátuas é 'mentir sobre a nossa história', conta o The Guardian. Sabemos que Boris Johnson foi duas vezes despedido como jornalista por ter mentido.
- Suketu Mehta (3): «Antes de pedir aos outros que respeitem as fronteiras do Ocidente, questione-se se o Ocidente alguma vez respeitou a fronteira dos outros. Quantas vezes o Reino Unido se lançou ao mar em busca de fronteiras para romper e de territórios para conquistar? Quantas vezes assinou tratados com dirigentes indígenas para logo os rasgar e matar ou aprisionar esses dirigentes ou os seus descendentes quando fazia jeito à Grã-Bretanha? Quantas vezes os Estados Unidos atravessaram a fronteira do sul ou entraram nas Caraíbas ou no sudeste asiático? Quantas vezes é que continua a fazer isso, a invadir as fronteiras do Iraque ou o Afeganistão? Os Estados Unidos não atuaram legalmente com outras nações, nomeadamente com as nações dos índios americanos no seu solo durante a maior parte dos séculos dezanove e vinte. Como podem agora esperar que as vítimas humanas de tamanha ilegalidade obedeçam às leis dos Estados Unidos e fiquem em casa ou esperem trinta anos por um visto para poderem juntar-se às suas famílias?» Suketu Mehta, This land is our land – an immigrant’s manifesto – Penguin 2019
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