quinta-feira, 14 de maio de 2020

Reflexão - «Os sacos reutilizáveis estão a ser sacrificados para combater a covid-19 – será que a indústria de plásticos está a fomentar o medo do público para poder faturar à vontade?»


Tim Faulkner, da EcoRI News, reporta que vários municípios de Rhode Island revogaram a lei que proibia a disponibilização de sacos plásticos nas lojas alegando que os sacos reutilizáveis facilitavam a propagação do vírus.
Os ambientalistas receiam que a moratória das proibições de sacos reverterá os avanços obtidos nos últimos anos para reduzir os itens de uso único, como sacos plásticos e palhinhas. Segundo a Greenpeace, a indústria de plásticos está a alimentar o medo do público e a minar a proibição de sacos, promovendo plásticos de uso único como forma de conter infeções durante a crise da covid-19. As empresas de combustíveis fósseis, que estão a sofrer com a queda nas vendas de gasolina, e os fabricantes de plásticos estão a pressionar o Congresso para haver um uso mais amplo de embalagens plásticas, e  tudo isso pode ser feito classificando o plástico como uma indústria essencial.
«Durante anos, a indústria dos plásticos financiou e promoveu investigação para tentar desacreditar o crescente movimento para acabar com a poluição do plástico descartável», diz Ivy Schlegel, investigador da Greenpeace. 
Não será por acaso que foram agora desenterrar um estudo feito em 2010 pela Universidade do Arizona, patrocinado pelo The American Chemistry Council, concluindo que havia bactérias em 99% das sacas de plástico reutilizáveis testadas. Refira-se que, segundo a NPR, aquele patrocinador representa alguns produtores de sacos reutilizáveis e que peritos na matéria descartaram, na altura, o perigo de propagação dessae tipo de bactérias encontrado nos sacos analisados. Sublinhe-se ainda que este estudo sobre análises feitas a 84 sacos recolhidos em lojas da Califórnia e do Arizona foi realizado na véspera da Califórnia deliberar sobre a proibição do uso de sacos plásticos no seu território.

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