Bico calado

• «No mundo rijo de Jerónimo de Sousa, o #ficaremcasa é igual a desemprego e humilhação; a humilhação do desemprego ou esta humilhação escondida que escapa à maioria dos lisboetas-bem-na-vida: há gente a trabalhar nos seus locais habituais. Não me lembro de nada tão burguês e tão assimétrico como este #fiqueemcasa. Quando os lisboetas vão fazer a sua corridinha higiénica pelo fresco da sete, há milhares de miseráveis que estão a trabalhar nas cozinhas, nas motos, nas fábricas.» Henrique Raposo, no Expresso 4mai2020.

• «Peço desculpa aos jornalistas portugueses incomodá-los com o meu pedido para que façam estas perguntas irrelevantes. Mas é que, depois de decretado o fim do Estado de Emergência, depois de uma entrevista ao primeiro-ministro e outra à ministra da Saúde, continuo sem saber qual o plano para os lares de terceira idade, onde tenho uma pessoa querida. Não é por nada, mas gostava de saber se nos próximos tempos terei oportunidade de visitar, com as minhas filhas, essa pessoa que lá tenho e que não vemos há 2 meses. E gostava que políticos e jornalistas percebessem que este assunto é bem mais importante do que as porcarias com que se entretêm a discutir na TV.» Luís Aguiar-Conraria, no Expresso 4mai2020.

• Por onde anda o paciente zero? Por José Goulão, in Abrilabril.

• «Se se observar a evolução do vírus nos morcegos e o que anda por aí agora, as evidências científicas sugerem que esse vírus evoluiu na natureza e depois saltou espécies», afirmou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeciosas dos EUA há quase 40 anos. Com base em evidências científicas, ele rejeita qualquer tipo de narrativa conspirativa. National Geographic.

• Falhou pela segunda vez uma tentativa de golpe na Venezuela. Foram detidos dois norte-americanos contratados pela SilverCop para a segurança do presidente dos EUA. Foram ainda detidas 11 pessoas, incluindo ex-membros das Forças Armadas Bolivarianas e da Guarda Nacional Bolivariana e dois agentes de segurança e um capitão venezuelanos. Expresso.

• «Tudo se passou há menos de dois anos. Paulo Portas, já comentador, não via nada "eticamente reprovável" em Bolsonaro e considerava exageradas as acusações de ultraliberalismo. Nuno Melo, sempre enraivecido, desdobrou-se na defesa de Bolsonaro. Assunção Cristas não via diferenças entre o candidato democrático Haddad e este extremista de Direita. Santana Lopes chegou ao ponto de escrever-lhe uma carta de felicitações pela eleição. Carlos Peixoto, deputado do PSD, estava certo que o exercício do poder levaria Bolsonaro "à moderação e ao pragmatismo". Luís Nobre Guedes, do CDS, declarou que, se pudesse, votaria nele. André Ventura, do Chega, encantava-se com "essa frescura de pensamento que os liberais ocidentais podiam aprender com Bolsonaro".» Mariana Mortágua, no JN.

• Ferro e Melo, Tubo de Ensaio/TSF – onde nunca se viu Nuno Melo ser triturado de tal maneira.