quinta-feira, 5 de março de 2020

Bico calado

  • Jurgen Klopp, treinador do Liverpool, mandou bugiar um jornalista insistente a propósito do Coronavírus. O técnico alemão disse que essas perguntas deviam ser feitas às pessoas certas e não a leigos na matéria, como ele. Já agora: os correspondentes das TVs portuguesas em Milão ainda não conseguiram apanhar o Ronaldo para lhe fazerem o mesmo tipo de pergunta?
  • «Há um exagero sobre este assunto que não sei a quem interessa. Em Portugal, em 2014, os caos de legionela em Vila Franca de Xira mataram muita gente e deixaram sequelas em muitas mais. Isso sim, é preocupante.» Jorge Torgal, médico catedrático em Saúde Pública na Universidade Nova, ao JN.
  • Investigação do Washington Post sobre a intervenção dos EUA no Afeganistão concluiu que: (1) nos bastidores, o consenso era que a guerra não era bem administrada, não havia estratégia, plano real, conhecimento real de quem era o inimigo; (2) o que começou como retaliação ao 11 de setembro na luta contra a Al Qaeda resultou em confusão total, tendo em seis meses, os líderes da Al Qaeda fugido, sido capturados ou mortos; (3) reinou a confusão sobre por que os americanos ainda estavam lá e pelo que os EUA estavam a lutar, sendo o planeamento um desastre; (4) oss líderes sabiam que as coisas não estavam indo bem, mas, em público, garantiam que «é uma luta difícil, mas estamos progredindo: só precisamos de mais dinheiro e mais tropas». Michelle Fahy, in Michael West Media.
  • Mais de 80.000 uigures foram forçados a trabalhar em fábricas para multinacionais na China, incluindo Apple, Nike, Gap e Sony, conclui um relatório do Australian Strategic Policy Institute. As condições «sugerem fortemente o trabalho forçado» em fábricas longe de suas casas. Via ICIJ.
  • Depois de publicar o Luanda Leaks, o diário holandês Het Financieele Dagblad foi levado a tribunal pela United International Management, uma das consultoras de Isabel dos Santos. A semana passada, um juiz de Amsterdão indeferiu o caso, decidindo a favor dos jornalistas de investigação e rejeitando todas as alegações do United. Este processo «mostra a determinação que alguns setores da finança revelam na obstrução do nosso trabalho como jornalistas, em vez de prestar contas ao público pelas suas ações», disse Prisco Battes, vice-editor-chefe do Het Financieele Dagblad. ICIJ.

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