sábado, 22 de fevereiro de 2020

Bico calado

  • «Está desfeito um dos mistérios mais intrigantes no esquema de corrupção do juiz Rui Rangel, suspeito de acumular fortunas em subornos à troca de decisões judiciais que tomava diretamente, no Tribunal da Relação de Lisboa, ou por influências que prometia mover junto de colegas. Afinal, como conseguia o juiz que certos processos lhe fossem parar diretamente às mãos, ou às mãos de outros magistrados que tentava influenciar, quando o sistema dita que, em nome da transparência, todos os processos são distribuídos de forma eletrónica, por sorteio?» Fontes: TVI24 e Observador.
  • Um juiz italiano acusou um empresário nigeriano por suposta corrupção internacional relacionada com um caso de suborno de mais de 500 milhões de dólares de poderosos funcionários do governo nigeriano. Reuters.
  • «É triste verificar que ninguém nos Estados Unidos tenha sido preso pelos crimes de guerra que a Wikileaks revelou, pelo massacre de jornalistas e crianças, por tortura ou por corrupção. Em vez disso, o editor que ajudou os denunciantes a divulgar a verdade ao povo sofreu imenso e está ameaçado de ficar detido para o resto da sua vida. Sublinhe-se que nenhuma publicação de Julian ocorreu nos Estados Unidos. Os EUA estão a tentar extraditá-lo por publicar segredos americanos fora dos EUA, numa reivindicação surpreendente de jurisdição mundial. É uma acusação que, se for bem-sucedida, terá um efeito assustador sobre jornalistas de investigação em todo o mundo. O facto de os principais editores dos media que republicaram as revelações da Wikileaks não estarem tabém no banco dos réus significa que os serviços de segurança acreditam que eles têm esses media sob controlo. (…)» Craig Murray.

  • Um muro está a ser levantado à pressa junto de uma zona pobre de Gujarat, Índia. As autoridades locais dizem que se trata de uma medida de segurança, mas os esclarecidos garantem que se trata de erigir um biombom para esconder a miséria de um bairro de lata à beira de uma estrada por onde Trump e sua corte vão passar. The Guardian.
  • Um colaborador de Michael Bloomberg que promove a campanha deste bilionário para 2020 também ajudou a eleger o líder de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro. Arick Wierson é um estratega de relações públicas que serviu como assessor político e o principal consultor de comunicação da Bloomberg quando o magnata dos media republicano foi presidente da Câmara de Nova York. The Grayzone.
  • «Gostaria de falar de alguém contra quem estamos a concorrer: um bilionário que chama às mulheres gordas e lésbicas com cara de cavalo. Não, não estou a falar de Donald Trump. Estou a falar do presidente de Câmara Bloomberg.» Elizabeth Warren, candidata pelos Democratas, citada pelo NYTimes.
  • Estima-se que oito milhões de pessoas nos EUA lançaram campanhas de financiamento coletivo para ajudar a pagar os seus próprios custos de saúde ou de um familiar, conclui estudo do National Opinion Research Center, da University of Chicago. Via Common Dreams.
  • As autoridades policiais mexicanas investigam o ex-presidente Enrique Pena Nieto por alegada corrupção relacionadacom um amplo caso de suborno e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa de construção brasileira Odebrecht SA. Reuters.
  • Um inventor americano de medicamentos para cancro foi preso na Rússia por suspeita de suborno. Gene Miron Spektor é acusado de doar 4 milhões de rublos (US $ 64.000) na forma de dois pacotes de férias para a Tailândia e República Dominicana para o assistente de um ex-funcionário em 2015 e 2016. The Moscow Times.
  • Os legisladores do estado de Washington aprovaram nova legislação para acabar com as isenções fiscais para a Boeing, uma medida estratégica para proteger a fabricante de aviões da retaliação tarifária da UE. A Organização Mundial do Comércio concluiu no ano passado que a Boeing beneficiava de subsídios injustos do Estado, avaliados em aproximadamente 100 milhões de dólares por ano. NYTimes.

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