- O sumo dos Luanda Leaks está todo aqui. Muita substância, excelente grafismo. Muito fôlego para o ler.
- «Os Drs. Carlos Costa do Banco de Portugal e Teixeira dos Santos do Eurobic já se demitiram? Estão à espera de quê?» pergunta Ana Gomes.
- «Isabel dos Santos é a maior patrocinadora da Primeira Liga de futebol português, através da NOS. Na NOS, a acionista de referência é Isabel dos Santos e os administradores mais importantes estão também envolvidos no escândalo "LUANDA LEAKS": o presidente da NOS, Jorge Brito Pereira, os Administradores Mário Leite da Silva e Paula Oliveira estão no centro do furacão do desvio de dinheiros da Sonangol. São ainda administradores na NOS os serventuários de confiança de Isabel, a saber, António Domingues e Lobo Xavier. A NOS tem a cara e a gestão de Isabel dos Santos. A Liga de Clubes deverá, a bem da decência, cessar já este contrato de patrocínio.» Paulo de Morais.
- «Conta da Sonangol no Eurobic em Lisboa foi esvaziada em menos de 24 horas. Saldo ficou negativo no dia a seguir a Isabel dos Santos ter sido demitida de presidente da empresa.» Expresso.
- O nome da empresária angolana Isabel dos Santos foi retirado da lista de convidados do Fórum Económico Mundial de Davos, titula a RR.
O império de Isabel dos Santos, via Francisco Louçã.
- «(…) Isabel dos Santos começou a reforçar a sua posição em Portugal pela mão de Américo Amorim. Na construção do seu império por terras lusas, que passou por telecomunicações, banca, energia, mobilidade e quase todos os sectores fundamentais da nossa economia, contou com a colaboração ativa dos principais políticos e homens de negócios deste país. Na lavagem da sua imagem e do dinheiro que roubou aos angolanos contou com a participação de agências de comunicação portuguesas, jornalistas portugueses e principais escritórios de advogados portugueses. E é por isso que, à medida que as investigações forem avançando, todo o mundo continuará a tropeçar em nomes portugueses. Foi uma parte razoável da nossa elite a colaborar e a ajudar a silenciar denúncias. (…) Em Portugal, a coisa vai ser mais difícil. Foi tudo demasiado descarado, demasiado evidente, demasiado transparente. A cumplicidade com o assalto aos bens angolanos foi política de Estado, estratégia empresarial, quase um imperativo patriótico. De novo. O que me leva a sorrir quando leio um tweet em que Isabel dos Santos escreve que o preconceito perante a sua riqueza, nascida do seu “caráter”, “inteligência”, “educação”, “capacidade de trabalho” e “perseverança”, faz recordar “a era das colónias”. É possível que Isabel dos Santos não perceba que, com a sua ganância, é um simples peão do mais velho dos neocolonialismos. Mecanismo pelo qual o capitalismo internacional, com especial participação das antigas potências coloniais, encontra líderes corruptos locais para que eles continuem a transferir a riqueza de países com matérias primas abundantes para o exterior, perpetuando a pobreza dos seus povos e a exploração externa dos seus recursos.(…)» Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 20/01/2020
- «Isabel dos Santos diz hoje que a Justiça angolana é iníqua mas não levantou um dedo quando Luaty Beirão foi preso por ler um livro. Tomás Correia é investigado há cinco anos mas só é alvo de buscas um mês depois de sair do poder no Montepio. Rui Pinto está detido e vai a julgamento por 93 crimes mas ninguém que ele denunciou está nos calabouços. Sim, “à política o que é da política, à justiça o que é da justiça”, mas só se a justiça for justiça. Não se pretende atacar a Justiça, pretende-se defender a lei. Porque os mesmos que enchem o coração com a palavra “democracia” raramente levam à boca a expressão “Estado de direito”. Uma não existe sem o outro. E sem Estado de direito ficamos entregues a barbárie. (…) a Justiça tem de ser acessível, independente e resistir a todas as pressões, sejam elas as demoras infindáveis dos processos ou as condenações desproporcionais de ‘poderosos’, que na verdade são sempre ex-poderosos. É isso que nos deixa a cofiar o queixo com as buscas desta semana ao Montepio: os casos estão há anos nos jornais, sabe-se agora que o processo foi aberto em 2015 e só há buscas depois de Tomás Correia ser finalmente empurrado para fora do Montepio? Já escrevi dezenas de vezes o que penso de Tomás Correia, se me perguntarem se deve ou não ser julgado eu respondo sem pestanejar, mas a minha resposta não interessa, interessa a do sistema judicial. Admitir que foram as influências da maçonaria que o protegeram de uma queda anterior é estarrecedor. Também Rui Pinto deve ser investigado, ele próprio admite a justificação. Mas o denunciante tem toda a razão quando questiona por que razão não são também investigados todos aqueles cujas práticas suspeitas ele ajudou a denunciar. Como é arrepiante observar que os lesados do BES ou do Banif estão a desistir de processos contra o Estado porque não têm forma de suportar as custas elevadíssimas judiciais.(…)» Pedro Santos Guerreiro, in Expresso, 18jan2020.
O negócio Eduardo dos Santos, os parceiros portugueses, a Sonangol e a GALP, via Francisco Louçã.
- «Ela montou uma história em que todos queriam acreditar: a da bilionária que subiu a pulso e triunfou num mundo dominado pelos homens, num país africano despedaçado pela guerra civil e pobreza. Em aparições públicas, na primavera de 2017, Isabel dos Santos, na altura presidente da empresa estatal de petróleo Sonangol Group, desfilava entre estrelas de Hollywood na Riviera Francesa e deslumbrava os magnatas do petróleo de Houston com histórias de trabalho árduo e sucesso. Vestida com um blazer preto, a sua imagem de marca, a presidente de 44 anos disse a uma audiência esgotada na London Business School que os líderes deviam ser escolhidos com base no mérito. “Giro empresas há muito tempo, começo com empresas pequenas, vou construindo-as, passando por todos os processos para as tornar empresas de sucesso,” disse. O que não disse em Londres foi: quem lhe deu o lugar de topo na Sonangol foi o seu próprio pai, José Eduardo dos Santos, o autocrata angolano. Que durante anos foi ele que lhe arranjou contratos públicos, incentivos fiscais, licenças de telecomunicações e direitos de exploração mineira de diamantes. E que, mesmo enquanto falava para uma audiência de empreendedores, estava a abrir caminho para uma das movimentações mais arrojadas – o pagamento de dezenas de milhões de dólares do monopólio estatal do petróleo para uma empresa-fantasma controlada pelo seu sócio no Dubai.» Expresso.
- «A minha fortuna nasceu com o meu caráter, a minha inteligência, a educação, a capacidade de trabalho, a perseverança. Hoje com tristeza continuo a ver o ‘racismo’ e ‘preconceito’ da Sic e Expresso, fazendo recordar a era ‘colônias’ em que nenhum africano pode valer o mesmo que um ‘Europeu'». Via Eco.
- Rui Machete. Ministro dos Negócios Estrangeiros de Passos Coelho, pediu desculpas aos amigos de Eduardo dos Santos, pela justiça portuguesa investigar transferências de dinheiro de altas figuras do regime angolano para Portugal. RTP.
- «O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse que vê com "bons olhos" a participação de capital angolano na economia portuguesa e noutras privatizações que o Estado venha a realizar em 2012.» Expresso 16nov2011.
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