Há três tipos de negacionistas da crise climática, e a maioria de nós é pelo menos um.
«A primeira forma de negação é literalmente negação. É a rejeição simples, consciente e direta de que algo aconteceu ou está a acontecer - isto é, mentir. (...) É tentador atribuir a negação total à malícia ou estupidez individual. Mais preocupante e mais insidiosa, porém, é a organização social da negação literal da crise climática. Há muitas evidências de mentiras clandestinas e orquestradas por interesses da indústria. Se alguém está à procura de conspiração na crise climática, é isso - não um conluio de milhares de cientistas e grandes organizações científicas.
A segunda forma de negação é a negação interpretativa. Aqui, as pessoas não contestam os factos, mas interpretam-nos de tal modo que distorcem o seu significado ou importância. Por exemplo, pode-se dizer que a crise climática sé apenas uma flutuação natural ou que a acumulação de gases de efeito estufa é uma consequência, não uma causa, da subida das temperaturas. (…)
A terceira e mais insidiosa forma é a negação implicatória. Os factos da crise climática não são negados, nem são interpretados como sendo outra coisa. O que é negado ou minimizado são as implicações psicológicas, políticas e morais dos factos para nós. Não aceitamos a responsabilidade de responder; não agimos quando a informação diz que devíamos agir.
Claro que alguns são incapazes de responder, financeiramente ou não, mas para muitos, a negação implicativa é um tipo de dissociação. Ignorar o imperativo moral para agir é uma forma de negação tão condenatória como qualquer outra, e sem dúvida é muito pior. (...)»
Iain Walker e Zoe Leviston, in The Conversation.
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