sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Reflexão - «Quem pode vir agora dar lições ao inqualificável Bolsonaro?»


Inaugurada em janeiro de 1994, a hidroelétrica de Petit Saut, no rio Sinnamary, na Guiana Francesa, foi apresentada como a maior barragem da América do Sul, que iria abastecer de eletricidade não só o centro espacial de Kourou (base de lançamento da Agência Espacial Europeia) como outras regiões do país.

«Para a construção da barragem foram arrasados mais de 300 km² de floresta tropical contígua ao parque amazónico da Guiana. Antes da sua construção, que teve início em 1989, Petit-Saut era uma zona de rápidos tumultuosos no rio Sinnamary. Actualmente, é um lago de água de 365 km², ou seja, três vezes a superfície de Paris. Houve quem apelidasse este projecto da EDF de "Tchernobyl amazonien". 
Mas poucos ouviram! Recordo os animais ainda presos em gaiolas, a série de contentores contendo exemplares de vasta flora e fauna, fruto de recolhas/capturas que equipas de biólogos e zoólogos faziam, de forma a tentar preservar alguns indivíduos de diferentes espécies, uma vez que a subida das águas iria arrasar toda aquela área. 
Por que razão voltei a pensar nesse silêncio arrasador face à devastação que pude perceber e, em parte, presenciar, há tantos anos? É que não sei quem pode vir agora dar lições ao inqualificável Bolsonaro! E isso é medonho.» M Rosário Sousa Fardilha.

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