quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Bico calado

  • «(…) como é que um deputado tão prolixo e eleito por uma região massacrada por sucessivos fogos postos nada diz sobre essa repetição do crime? Como é que autarcas, que sabem que as populações denunciam as ações de quadrilhas de incendiários, não exigem resultados das perícias policiais, investigação cuidada das ignições e ação musculada contra o delito? Como é que discutem a eficácia da Proteção Civil mas ignoram a necessidade de punição do crime para evitar a sua repetição? Imagine-se deputado ou autarca nestas terras sofridas. Viraria a cara às evidências que sugerem crime? Ou usaria o seu poder para pressionar as autoridades que devem investigar? Jogaria trunfos políticos de curto prazo por causa das eleições ou procuraria resultados para proteger as populações de um perigo que as ronda todos os anos? Como não sou o único a notar que há concelhos que parecem estar marcados para a repetição dos fogos, creio que a resposta é óbvia. Há demasiados incendiários de fósforo na mão. Portugal bem precisava que os verões não fossem ditados por estes pirómanos.» Francisco Louçã, in Pirómanos de fósforo na mão - Expresso Diário 30jul2019.
  • «(…) Não me escapou por isso, caro juiz, que preferiu escrever um artigo contra a sua colega que defende a igualdade entre homens e mulheres para a acusar de "falha ética", e que manteve um prudente silêncio sobre o seu colega Neto de Moura quando as suas sentenças foram discutidas no país..." Francisco Louçã, in O juíz que quer fazer guerra.
  • «Só 40% das sociedades, trusts, fundações e cooperativas entregaram o registo do beneficiário efectivo. Nova obrigação está a escapar a muitas empresas. Governo já adiou o prazo duas vezes», conta o Público.
  • «(…) Onde quer que exista, nos EUA, em França, no Reino Unido, o sistema uninominal serve para uma bipolarização que protege dois partidos e evita alternativas, é portanto um sistema de distorção eleitoral, até ao dia em que explode. Há portanto um problema: as eleições passam a ser batota. (…) Até o argumento é batota. Dizem os promotores dos círculos uninominais: queremos mais responsabilidade individual dos deputados. Coisa estranha. Não são os mesmissimos que, quando se fala em deputados que estão em escritórios de advogados que escrevem as leis que eles próprios vão votar, recusam o princípio da incompatibilidade? Que andam às voltas para que não se saiba que colegas é que beneficiam de subsídios perpétuos? Que aprovam uma lei dos lóbis para ocultar o funcionamento dos promotores de moscambilhas? Que acumulam funções em empresas financeiras ou que dirigiam a Comissão de Saúde trabalhando para uma empresa privada de saúde? Desculpe, disse mesmo responsabilidade individual? (…)» Francisco Louçã, FB.
  • Neste momento o número de notas de 100 dólares a circular no mundo é superior ao do das notas de 1 dólar, admitem instituições sonoras como a Reserva Federal e o FMI. Ao serviço de fins inconfessáveis, claro. Em 2016, Lawrence Henry Summers, então vice-presidente de Economia do Desenvolvimento e economista-chefe do Banco Mundial, alto funcionário do Departamento do Tesouro dos EUA no tempo da administração Clinton, propôs eliminar a nota de 100 dólares para dificultar as atividades ilícitas, querendo imitar a decisão europeia que retirara da circulação as notas de 500 euros. O governo alegou ir perder imenso com essa alteração. Conclusão possível: o governo dos EUA lucra com as operações de lavagem de dinheiro. Fontes: Market Watcht e Tax Research UK.
  • O presidente Donald Trump considerou Baltimore «uma confusão infestada de roedores». Alguns desses roedores vivem em apartamentos que são propriedade da empresa imobiliária familiar do seu genro, Jared Kushner. AP.
  • Tariq Barghouth cumpre pena de prisão de mais de 13 anos em Nafha, no sul de Israel. Era um dos mais proeminentes advogados conhecidos por defender prisioneiros palestinos mantidos por Israel. MEM.

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