quinta-feira, 18 de abril de 2019

Bico calado

  • Uma líder da oposição veio exigir que o governo português resolvesse imediatamente o problema da falta de combustíveis. Mandem-na estender-se numa cadeira, que ela precisa de tratamento. Como pode exigir-se que o governo interfira numa greve «convocada» por um sindicato ainda de cueiros quando sempre se queixou do enorme peso do Estado, sempre se exigiu menos Estado e sempre se acreditou nos ditames e nas soluções automáticas dos mercados? Ter-se-á verificado uma rutura de neurónios e uma deriva para a eventual renacionalização da Galp?
  • «(...) Que estes camionistas surjam representados por um advogado, igualmente apresentado como vice-presidente da Associação sindical - será que concilia a atividade na barra dos tribunais com o volante de algum pesado de mercadorias? - diz muito sobre o que aqui está em causa. Sobretudo quando uma breve consulta na internet dá para perceber que, além de partilhar um blogue com Bruno de Carvalho - e bem sabemos quanto a ultradireita na sua principal claque foi acarinhada no seu consulado à frente do Sporting - também o vemos como especialista na área dos investimentos financeiros. Estamos, pois, perante uma estratégia concertada em vários setores de atividade para utilizar o neossindicalismo como veículo de movimentos inorgânicos numa variante dos coletes amarelos, com quem estes grupos parecem inquietantemente aparentados. (...) » Jorge Rocha, in Neossindicalismos aparentados a outros neosVentos semeados.
  • Uma investigação do Channel 4 News revela como o grupo pró-Brexit de Arron Banks terá encenado fotos de imigrantes atacando mulheres em Londres. O grupo também esteve por trás de um vídeo falso, alegando mostrar como é fácil os migrantes infiltrarem-se na Grã-Bretanha. De facto, dados de satélite mostram que os homens a bordo não deixaram as águas do Reino Unido. As fotografias e o vídeo envolveram um ex-soldado da SAS, Jonathan Pollen, que trabalha para a agência de informações corporativa da Banks. Arron Banks acusa o Channel4 News de notícias falsas. Fontes: Channel 4 e Independent.
  • O Museu de História Natural de New York cancelou um jantar de gala da Câmara de Comércio do Brasil-EUA para homenagear o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Alegou-se que o sítio não era o adequado para cerimónia de tal jaez. AFP.
  • A Justiça do Rio suspendeu o passaporte diplomático do bispo Edir Macedo Bezerra e de sua mulher por alegada carência de interesse público que o justifique. Estadão.
  • «Assange tem de responder pelo que fez», disse Hillary Clinton. O problema é que Assange ajudou a revelar, entre outras coisas, horrores das intervenções norte-americana no mundo e Hillary apoiou-as. Hillary, que aparece insuflada num fato azul escuro, também poderá ter de responder, com Blair e outros, a «coisas» a que deram total cobertura. Youtube.
  • Dois repórteres da Reuters ganharam o Prêmio Pulitzer por reportagens internacionais que revelaram o massacre de 10 homens Rohingya por aldeões budistas e forças de segurança de Mianmar. Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram presos em dezembro de 2017 e cumprem pena 7 anos por violar a Lei de Segredos Oficiais do país. Aljazeera.

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