quinta-feira, 21 de março de 2019

Reflexões – Dia Mundial da Água: quem priva os Palestinianos de água?

  • Israel priva os palestinianos de usufruírem dos recursos naturais de água, o que é uma «violação das responsabilidades legais como potência ocupante», afirmou Michael Lynk, Relator Especial da ONU sobre a Situação dos Direitos Humanos no Território Palestiniano Ocupado. «Para cerca de cinco milhões de palestinianos que vivem sob ocupação, a degradação do seu abastecimento de água, a exploração dos seus recursos naturais e a deterioração do seu ambiente são sintomáticos da falta de qualquer controle significativo que têm sobre as suas vidas diárias», disse Lynk ao apresentar, em Geneve, um relatório sobre o impacto da ocupação nos recursos ambientais e naturais. «Com o colapso das fontes naturais de água potável em Gaza e a incapacidade dos palestinianos de aceder à maioria das suas fontes de água na Cisjordânia, a água tornou-se um poderoso símbolo da violação sistemática dos direitos humanos no Território Palestiniano Ocupado”, afirmou. «Desde 2017 que mais de 96% do aquífero costeiro de Gaza, a principal fonte de água para os habitantes de Gaza, tornou-se imprópria para consumo humano. As razões incluem extração excessiva por causa da população extremamente densa, contaminação com esgoto e água do mar, bloqueio de 12 anos e guerras assimétricas que deixaram a infraestrutura de Gaza severamente danificada e com uma escassez de eletricidade quase constante», acrescentou. Via MEM.
  • Nos bairros de lata urbanos, as famílias pobres pagam entre 10 e 20 vezes mais pela água do que os vizinhos mais ricos, denuncia um relatório da WaterAid citado pela Reuters. Reuters.
  • Uma crise hídrica entre o Egito, a Etiópia e o Sudão, por causa de uma barragem polémica no Nilo, pode transformar-se num conflito com «graves consequências humanitárias», alerta o laboratório de ideias International Crisis Group. Lançado pela Etiópia em 2012, o projeto hidrelétrico pretende para produzir 6.000 megawatts de energia, equivalente a seis centrais nucleares. O Egito depende do Nilo para cerca de 90% das suas necessidades de irrigação e água potável, e diz que tem «direitos históricos» ao rio garantidos pelos tratados de 1929 e 1959. O rio, que atravessa 10 países, é o mais longo da África e uma artéria crucial para o fornecimento de água e eletricidade para todos os países. O Nilo Azul nasce na Etiópia e converge com o Nilo Branco na capital do Sudão, Cartum, para formar o Nilo, que atravessa o Egito até ao Mar Mediterrâneo. O ICG diz que é «fundamental que as partes resolvam a disputa antes de barragem, cuja construção está quase concluída, comece a operar. «Os países da bacia do Nilo podem entrar em conflito porque as expetativas são muito altas: a Etiópia vê a central hidroelétrica como um projeto nacional de desenvolvimento; o Sudão cobiça a eletricidade barata e uma maior produção agrícola; e o Egito prevê a possível perda de água como uma ameaça existencial», conclui. AFP/Terra Daily.

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