sábado, 16 de março de 2019

Reflexão - a quem interessa o caos na geoengenharia?


Os EUA e a Arábia Saudita bloquearam uma iniciativa suíça para desenvolver a governança em geoengenharia na Assembleia do Meio Ambiente da ONU. A Suíça retirou a sua proposta na cimeira do Quénia depois de várias tentativas fracassadas de compromisso, admitiu o Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD), uma organização de observadores, no resumo das negociações.
A proposta teria direcionado a agência da ONU para estudar as polémicas tecnologias de geoengenharia, como um primeiro passo para discutir se e como elas deveriam ser reguladas internacionalmente.
Mas os EUA e a Arábia Saudita opuseram-se a qualquer medida que pudesse reduzir a sua capacidade de enfrentar a crise climática através da geoengenharia - e os impedisse de continuar a produzir combustíveis fósseis. O Brasil também expressou oposição, mas com menos à força. 
Janos Pasztor, diretor executivo da Iniciativa de Governança do Carnegie Climate Geoengineering, disse estar desiludido com os países que não conseguiram encontrar consenso sobre uma moção que teria dado início a uma discussão internacional tão necessária.

A geoengenharia refere-se a várias técnicas para modificar o sistema climático. As mais controversas são as ideias não testadas para atenuar a radiação solar, como liberar partículas de aerossóis no céu para refletir a luz do sol ou pulverizaras nuvens com gotas de água do mar para as tornar mais refletivas. Outras envolvem retirar dióxido de carbono da atmosfera, nomeadamente através da plantação de florestas.
Há incertezas significativas em torno de como uma intervenção como a gestão da radiação solar afetaria os padrões climáticos.
Uma das maiores preocupações é que os países poderiam usar a geoengenharia como cobertura para poderem continuar a poluir, obrigando o mundo a continuar a usar as tecnologias ou arriscar um choque catastrófico para o sistema.

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