Há décadas que a Barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos serve de barragem de retenção de efluentes não tratados que lá chegam arrastados por várias linhas de água, principalmente através da Ribeira de Rio Maior.
Durante anos, a sua foz era, no verão e pela calada da noite, bloqueada pela intervenção anónima de máquinas. Tudo para impedir que esses efluentes não tratados deslizassem para sul e demandassem as praias de Esmoriz. As marés vivas do início do outono repunham a ordem e a verdade da Natureza, abrindo a barrinha.
Nos últimos tempos, a pressão de empreendedores turísticos fez o Estado «investir» milhões na requalificação daquela zona. Os passadiços são notórios, como notória é a algazarra que, aos fins-de-semana, anima os circuitos.
Agora, o que preocupa os empreendedores é a dragagem da barrinha e a transfega das lamas através de um tubo para o mar. Não poderia aquela operação ser feita de maneira mais disfarçada, quiçá escondida, e, porque não «recôndita», questionam-se.
É que assim, lá se vai o novo cartão-de-visita…
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