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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019
Bico calado
Índice de Perceção da Corrupção 2018: Portugal 64% (30º em 180 países analisados). Acima de países como Polónia (60%), Espanha (58%), Itália (52%), Grécia (45%), Turquia (41%), China (39%), Brasil/Timor-Leste (35%), Ucrânia (32%), México/Rússia (28%), Moçambique (23%), Angola (19%) e Iraque/Venezuela (18%). Mas muito longe de outro como Dinamarca (88%), Nova Zelândia (87%) e Finlândia/Singapura/Suécia/Suiça (85%). Porém, nem mesmo os países no topo desta lista, que ficaram 12 pontos abaixo do ideal, podem lançar foguetes. A Dinamarca foi recentemente abalada por casos de corrupção e pelo escândalo de lavagem de dinheiro que envolveu o Danske Bank, o seu maior financiador. Os bancos suíços, e outros intermediários financeiros e facilitadores, desempenham regularmente um papel significativo nos esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção em larga escala em todo o mundo, como os relacionados com o 1MBD na Malásia, Odebrecht e Petrobras no Brasil. A maior parte destes 7 países no topo da lista pouco têm feito para investigar e punir as empresas que, através deles, acabam implicadas em esquemas de subornos. A sueca Telia foi multada biliões de dólares por suborno no Uzbequistão, onde a empresa pagou à filha do presidente mais de 300 milhões de dólares para contratos de telecomunicações. Na Finlândia, a Patria está envolvida em escândalos de corrupção na Eslovênia e na Croácia. Na Suíça, a extratora de petróleo e gás Addax Petroleum, com sede em Genebra, também foi multada por alegações de subornos na Nigéria e no «escândalo das obrigações do atum», antigos banqueiros do Credit Suisse foram indiciados por estarem envolvidos num esquema de suborno de milhões de euros em Moçambique. Transparency International.
O ex-vice-presidente da Câmara de São Pedro do Sul, Adriano Azevedo eleito nas listas do PSD, começa a ser julgado na próxima semana, acusado de ter subtraído 75 mil euros, em notas, de um cofre guardado no sótão do edifício do Centro de Promoção Social de Carvalhais.» Rádio Escuro.
O ex-presidente da Câmara de Tondela, Carlos Marta, eleito pelas listas do PSD, durante três mandatos, até 2013, começa nesta terça-feira a ser julgado pelos crimes de prevaricação de titular de cargo político, falsificação de documentos e favorecimento de credores. Rádio Escuro.
«Mas o mais grave é continuarmos a viver num país onde a cor da pele vai com menores qualificações, menos oportunidades, menos acesso a cargos públicos e, sobretudo, com pobreza e exclusão. Na manifestação espontânea na Avenida da Liberdade, no seguimento dos abusos policiais no bairro Jamaica, uma jornalista aproximou-se de uma rapariga que se manifestava e perguntou-lhe: "A menina é portuguesa?" Adivinhe o leitor qual era a cor da pele da miúda.» Pedro Marques Lopes, DN/FB.
«Foram expulsos das suas terras no Kansas e levados para uma reserva rochosa em Oklahoma onde não havia sinal de abundância ou simples sustento. Tempos depois, no entanto, os índios Osage deram com uma imensa reserva de petróleo, ficaram ricos, muito ricos, os mais ricos (per capita) do mundo no início da década de 1920, e houve logo quem se sentisse incomodado com a ideia — ficou incomodado o Congresso norte-americano, que impôs uma série de medidas para restringir os gastos financeiros dos índios que eram proprietários das jazidas de petróleo, e ficaram incomodados alguns homens brancos da região, entre negociantes e advogados, que orquestraram esquemas para roubar e assassinar os Osage e ficar com o dinheiro deles. (…) O drama dos Osage é que os direitos de exploração dos recursos da reserva só podiam ser transferidos por herança. Aqui entra em cena William King Hale, um cowboy conhecido como “Bill” e com muito poder na região; começa a casar os seus sobrinhos e amigos com índios para depois matá-los e herdar os direitos de exploração. Não agia sozinho; também o Estado norte-americano usou todos os seus recursos para roubar os Osage, declarando os membros da tribo como menores de idade e nomeando um tutor branco para gerir cada fortuna acumulada por via da venda de petróleo. “Criou-se um sistema federal de roubo que permitiu a alguns ganhar milhões e milhões e milhões. (…) Para se defenderem, os Osage contrataram detetives privados (…)No entanto, foi fraca a resistência que conseguiram criar, dada a conivência das autoridades, polícia e justiça com os criminosos. W. W. Vaughan, o primeiro advogado que se interessou pelos Osage, foi atirado de um comboio em andamento quando tinha em sua posse provas dos crimes cometidos. (…) » Helena Bento, in Expresso 28jan2019.
Elliot Abrams foi nomeado para liderar a resposta norte-americana à crise da Venezuela. Muito bem. Nada como um profissional altamente competente e com larga experiência e provas dadas de como manipular situações, encobrir outras e fabricar ainda outras. Por exemplo, apoiou o uso de paramilitares e esquadrões da morte na América Latina há três décadas; liderou os esforços para garantir que Noriega, na altura um dos principais aliados dos EUA e suspeito de torturar e decapitar o líder da oposição Hugo Spadafora, não sofresse consequências; em 1982, o governo salvadorenho massacrou mais de 500 camponeses em El Mozote, as tropas do governo degolaram e violaram crianças e Elliott Abrams, então Secretário de Estado Adjunto para os Direitos Humanos e Assuntos Humanitários, liderou o encobrimento da situação; organizou o financiamento ilegal e dissimulado dos Contra na Nicarágua, nas costas do Congresso; mentiu ao Congresso duas vezes sobre o seu papel com os Contras, declarou-se culpado de ambas as acusações em 1991, mas foi perdoado por George HW Bush; ajudou a liderar o esforço dos EUA para encenar um golpe para derrubar os resultados das eleições palestinas de 2006.
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