sábado, 15 de dezembro de 2018

Bico calado

  • «Sabiam que 21% do nosso PIB está em offshores? Porque é que a malta do “Vamos Parar Portugal”, em vez de parar os portugueses, não se reúne dia 21 à porta destes cavalheiros? Se o dinheiro que de cá tiraram regressasse, talvez não precisássemos pagar tantos impostos». O Procurador.
  • «(…) A grande questão, no meio disto tudo, é que, quando se pergunta aos “coletes amarelos” o que eles pensam sobre o futuro do planeta, a sua principal preocupação é com o ambiente e até aceitam medidas que façam reduzir o consumo energético, conforme revelou, no final de novembro, uma sondagem do Ifop para a edição do centenário do Le Journal du Dimanche. O seu protesto, embora inflamado pelo aumento da taxa de carbono, não é contra o ambiente, mas, acima de tudo, contra a injustiça social. E, por causa de Macron, vai ser aproveitado pelos inimigos do ambiente.», Rui Tavares Guedes, in Visão 13dez2018.
  • «O Grupo Mello disse que afinal está disponível para continuar com a gestão da PPP de Braga "desde que esclarecidas as questões de sustentabilidade financeira da parceria"? Ou seja, querem que o Estado transfira uma renda ainda maior, é isso?» Moisés Ferreira.
  • «Os jornais dos últimos dias andaram pródigos em entrevistas e artigos de opinião de quem advoga a ideia do risco de nos estarmos a sujeitar ao estado chinês, que estaria a ganhar estratégico ascendente político graças aos investimentos na economia nacional. Curiosamente os mesmos jornais e opinadores não se manifestaram, quando Passos Coelho andou a vender-lhes empresas de interesse público tão óbvio, que nunca deveriam ter deixado de estar inseridas no setor empresarial do Estado. A esses opinadores nenhum jornalista questionou quanto ao que tornaria os Estados Unidos - já que dois deles até vinham adornados da condição de professores na Universidade de Yale - mais democráticos do que a República Popular da China. Será que a superpotência asiática tem pior currículo do que os rivais ianques na sabotagem de regimes a ela desafetos, criando condições para que os seus líderes sejam derrubados, senão mesmo assassinados? Será que a NSA que a todos nós vigia é uma criação de Pequim ou não está na recente prisão de uma das mais importantes responsáveis da Huawei no Canadá, a pedido das autoridades norte-americanas, a motivação dessa marca de telemóveis trazer encriptação, que frustra os intentos da sua espionagem? Será que a dificuldade de um qualquer cidadão chinês em ascender a cargo de poder por não pertencer ao partido único será maior do que a de qualquer norte-americano só elegível mediante abastada fortuna própria ou generosos doadores, que fazem dele dócil marioneta? (…)» Jorge Rocha, in Ventos Semeados.
  • A Alliance of Conservatives and Reformists in Europe (Acre), grupo conservador europeu co-fundado pelos Tories e liderado pelo defensor do Brexit e eurodeputado Daniel Hannan, foi convidada a devolver mais de meio milhão de euros de fundos da EU por evidente conflito de interesses: os fundos foram aplicados na promoção de eventos de pouca ou nula relevância e benefício para a EU. The Guardian.
  • «(…) Aumentar o salário mínimo sem que isso custe um cêntimo aos patrões é um milagre de partilha neo-liberal: é transferir para o bolso dos pobres um montante “mínimo” que uma política fiscal e de segurança social acabará por lhes retirar, garantindo ao mesmo tempo a “assistência” às empresas, aos empregadores – a assistência que a “governamentalidade” neo-liberal promove através de um gigantesco transfert de rendimentos para os detentores de riqueza.(…)» António Guerreiro, in Público 14dez2018.

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