terça-feira, 23 de outubro de 2018

Reflexão - Podem Bolsonaro e seus simpatizantes provocar e exercer violência contra as autoridades ambientais?


O Ibama e o ICMBio sofreram ataques na Amazónia durante operações de combate ao abate ilegal de floresta
O atentado contra o Ibama aconteceu em Buritis (RO), a 338 km de Porto Velho. Usando um galão de gasolina, um homem ateou fogo em três das dez viaturas do órgão estacionadas em frente a um hotel. Durante a confusão, um grupo de pessoas aglomerou-se diante do hotel, algumas incentivando a queima de outras viaturas. 
No caso do ICMBio, o incidente ocorreu no município de Trairão (PA), a 1.395 km a sudoeste de Belém, quando uma equipa estava na Floresta Nacional Itaituba 2 para verificar uma ação de abte ilegal de árvores  detetado por satélite e combater o roubo de madeira. No incidente foi queimada uma pequena ponte na única estrada de acesso. O ataque foi orquestrado por moradores de Bela Vista do Caracol, distrito de Trairão, cuja economia depende de madeira ilegal e extração de palmito. 
Estes episódios ocorrem após reiteradas críticas de Bolsonaro contra o Ibama e o ICMBio. Durante a primeira volta da campanha eleitoral, ele acabar com a «indústria de multas» dos órgãos ambientais: «Vamos botar um ponto final em todos os ativismos do Brasil. Vamos tirar o Estado do cangote de quem produz», prometeu, referindo-se às agências ambientais. 
A animosidade de Bolsonaro tem origem numa multa de R$ 10 mil que recebeu do Ibama após ter sido apanhado em flagrante pescando dentro de uma unidade de conservação, em Angra dos Reis (RJ). Em retaliação, o deputado federal apresentou, em 2013, um projeto de lei que proibia agentes ambientais de serem portadores de arma. Posteriormente, Bolsonaro retirou a proposta, mas nunca pagou a multa. Folha de S. Paulo.

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