quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Bico calado

  • «(…) Senhor primeiro-ministro, lá fora sou professor e cá dentro gostaria muito de ser professor. No entanto, num país onde os meus colegas e amigos trabalham mais de 60 horas por semana e os ordenados insistem em não subir para além dos 1100 euros limpos por mês, não vejo no desconto no IRS um atractivo para regressar, até porque o regresso será sempre um regresso ao desemprego, com ou sem IRS, e lá voltamos nós ao mesmo, dez anos depois e tudo na mesma.(…)» João André Costa, in Eu quero pagar o IRS por inteiroPúblico 27ago2018.
  • «No país mais rico do mundo, há dezenas de milhões de pessoas que não têm acesso a cuidados de saúde. Essas pessoas têm a liberdade de escolher qual o hospital que não vão conseguir pagar. No mesmo país, famílias remediadas arruínam-se em batalhas ganhas ou perdidas contra a doença de um familiar. Essas famílias têm a liberdade de escolher entre a casa ou a saúde de um dos seus. É esta a realidade por detrás da liberdade de escolha. Os Estados Unidos da América, o país em que as ideias da direita sobre a saúde foram mais longe é o país que gasta mais em saúde. Quando comparados com outras nações ricas, os EUA gastam mais 25% per capita em paridades de poder de compra do que a Suíça e quase o dobro da Alemanha. E esta diferença tem aumentado desde os anos 80. Um sistema que gerou a maior e mais lucrativa indústria de saúde do mundo. Qual o resultado deste investimento massivo? Um estudo recente da Organização Mundial de Saúde dá a resposta: com base num painel de indicadores de saúde, os Estados Unidos eram classificados como o 37º sistema de saúde do mundo, a seguir à Costa Rica. Portugal era o 12º. Não admira que a indústria da saúde norte-americana gaste uma fortuna em lobbying, “investigação” paga a peso de ouro ou no suborno mais ou menos descarado.(…)» Marisa Matias, in DN 26ago2018, via Entre as Brumas da Memória.
  • «(…) Não sabemos como isto vai acabar, mas uma coisa é certa: não teríamos chegado tão longe se Orbán não tivesse aliados tão poderosos em Bruxelas e em certas capitais da UE. Acima de tudo, Orbán tem contado nos últimos anos com o apoio do Partido Popular Europeu, PPE, de que fazem parte os partidos portugueses PSD e CDS. Como pode um partido europeu que se reclama da democracia-cristã aceitar no seu seio um líder político que se recusa a alimentar detidos sob a sua responsabilidade? (…) É preciso que militantes e políticos desses partidos, jornalistas, adversários noutros partidos políticos e o público em geral comecem a perguntar sistematicamente a Rio e a Cristas: como podem admitir ter no mesmo partido europeu alguém que se recusa a alimentar requerentes de asilo para os pressionar a não usar o seu direito de recurso judicial? Não há vergonha?» Rui Tavares, in Um silêncio vergonhoso de Rio e Cristas - Público 27ago2018.
  • Um traidor safa-se e outro é acusado sem provas, por Dieter Dellinger, FB 23ago2018.
  • O Livro Das Caras anda a filtrar, a censurar, informação que critica e/ou não apoia a política externa norte-americana, admite WT Whitney, na Mint Press.

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