Foto: David Tipling Photo Library/Alamy
Um estudo dos Centers for Disease Control and Prevention publicado em 2016 concluía que os agricultores e outras profissões relacionadas com a agricultura registavam, em 17 estados dos EUA, taxas de suicídio cerca de 5 vezes superiores às registadas na população em geral e, segundo a Newsweek, o dobro dos suicídios entre os veteranos de guerra. Esses números poderiam ser maiores se se tivesse em conta que muitos casos de suicídio foram camuflados de acidentes agrícolas.
A presente situação é semelhante à vivida nos anos 80 nos EUA e replica o que acontece noutros países, como a França, onde um agricultor se suicida de 2 em 2 dias, a Austrália, com um caso de 4 em 4 dias ou o Reino Unido, com uma ocorrência por semana, para não referir os 270 mil agricultores indianos que se suicidaram desde 1995.
Em 1985, Washington foi palco de imensas manifestações de agricultores. O resultado foi um movimento coeso que avançou com vários programas de apoio aos agricultores. No fim dos anos 90 formaram-se grupos de apoio que conseguiram melhorar a situação e estancar a vaga de suicídios. Um dos programas teve tanto sucesso que se tornou modelo para o programa nacional Farm and Ranch Stress Assistance Network (FRSAN). Em 2008 o programa foi contemplado em lei mas nunca teve o orçamento estimado em 18 milhões anuais. Com o falhanço destes programas, o número de subsídios voltou a subir vertiginosamente, em parte provocados por problemas psicológicos acumulados. Os baixos preços dos cereais impostos pelos intermediários levam à falência, ao endividamento, ao desespero, ao suicídio, à desertificação de imensas áreas rurais.
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