quarta-feira, 26 de julho de 2017

Bico calado

  • O Environmental Integrity Project, um grupo formado por ex-funcionários do ministério do Ambiente dos EUA, publicou um relatório com base na agenda do ministro do Ambiente Pruitt e em vales de viagem entre março a maio. Os vouchers e a agenda revelam que a Pruitt passou 43 dias em 92, quer em Oklahoma, ou viajando de e para aquele estado. Todas essas viagens usaram impostos dos contribuintes num total de 12 mil dólares. OffGuardian.
  • «(…) Este ambiente onde se cultiva a suspeita e o desprezo pelo jornalismo e pelo sistema mediático, muito especialmente pela numerosa oligarquia que tem a seu cargo o comentário político e o editorialismo, está instalado em Portugal. A diferença em relação à França é que por cá os jornalistas não ousam colocar a questão publicamente e assimilaram com força de lei este mandamento: “Não farás auto-crítica: o jornalismo é ofício de auto-celebração”. É hoje bem visível que a insurreição contra o poder jornalístico, a que o Libération se referia, está bem activa em Portugal e não consiste apenas numa atitude arrogante das elites intelectuais. Mas a situação portuguesa tem as suas especificidade: sobre a ausência ou a rarefacção de alguns géneros jornalísticos tradicionais, ergueu-se a opinião e o comentário políticos, uma multidão de gente que transita da esfera política para o jornalismo e vice-versa, e começa o dia no jornal, passa à tarde pela rádio e está à noite na televisão. Este sistema conduz ao discurso histérico e à ausência de diversidade intelectual, muitas vezes confundido com a falta de pluralismo político, mas mais grave do que este porque está muito mais naturalizado e dissimulado. E é, além disso, responsável por uma esterilização da esfera pública mediática. (…)» António Guerreiro in É preciso queimar os jornalistas? - Público.
  • «(…) Como em qualquer monocultura, a especialização no turismo massificado é um erro que pagaremos muito caro no futuro. O país fica dependente de uma atividade volátil, sujeita a variáveis que não controlamos. Especializa-se em áreas de baixas qualificações, salários mínimos e vínculos precários. Concentrando investimentos na galinha de ovos dourados, perderemos oportunidades noutros setores, enquanto se especula no imobiliário e se aposta apenas nos serviços. Como se não bastasse, a vida em certas zonas das cidades está a tornar-se insuportável. As rendas dispararam, a circulação em certas áreas é impossível e os preços também. A Lisboa e o Porto de que os turistas tanto gostam vão desaparecendo a cada dia. Há cada vez menos restaurantes e cada vez mais franchisings, cada vez menos lojas tradicionais e cada vez mais casas de souvenirs iguais às outras casas de souvenirs, cada vez menos habitantes e cada vez mais hotéis, "airbnbs" e apartamentos de luxo. (…)» Mariana Mortágua in Turismo, oportunidade ou maldição? - JN.

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