Cartoon the Luís Afonso, in Público.
O armazém muito urgente e estratégico
A estória passou-se na Assembleia Municipal de 8 de maio e, embora nenhum jornalista credenciado tenha sido visto a cobri-la para poder contá-la, os munícipes presentes registaram-na.
Era uma vez uma empresa que queria ampliar as suas instalações. Para tal, apresentou o projeto à Câmara de Espinho e o pedido de apoio financeiro às entidades competentes.
O projeto circulou por departamentos e gabinetes e, passado um ano, fez-se fumo branco no executivo camarário. Faltava, finalmente, o parecer da Assembleia.
E, como não era um projeto qualquer, foi classificado como urgente e estratégico. Mais de 4 milhões cobertos a 50% por fundos europeus, 13 empregos e passeio com estacionamento: o projeto merecia.
Tanto merecia que exigiu a reunião prévia da Comissão Permanente da Assembleia, o que atrasou imenso o início dos trabalhos. Tanto merecia que o respetivo documento para apreciação teve o privilégio de ser enxertado na ordem de trabalhos já fora de horas.
Tanto merecia que o debate se prolongou e aqueceu os ânimos. Tanto merecia que foi aprovado com um voto contra. Dir-se-ia ter-se estado a discutir penaltis e foras de jogo duvidosos. Era uma vez um armazém muito urgente e estratégico.
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